ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

MAS QUE MINISTÉRIO É ESTE?

Já me havia impressionado demais o caso de um professor colocado numa escola a 350 quilómetros de sua casa, aquela onde vivia com a sua família!
Agora, por certo, terá alugado um quartinho lá na terra onde dá aulas, toma as refeições sozinho e a correr e telefona, de vez em quando, para a família que poucas vezes irá visitar porque não creio que o que ganha dê para muito mais.
Se esta pessoa está a cumprir algum castigo por qualquer coisa que tenha feito e nem imagino o que de tão grave possa ser para lhe impor este degredo que castiga, também, mulher e filhos, não pode ser alguém a quem o ministério da educação deva atribuir a tarefa de ensinar e educar jovens!
Mas deixando para trás a ironia, pergunto se fará algum sentido que aconteçam coisas destas, sobretudo numa sociedade que tem absoluta e urgente necessidade de reconstituir e fortalecer a sua célula nuclear que é família, a qual tem desprezado com os efeitos nefastos que bem conhecemos. Decerto que não faz qualquer sentido e só os “burocratas inteligentes” que andam por este mundo para complicar a vida às pessoas são capazes de tamanhas insensibilidades!
Mas como se tal não bastasse, tive agora conhecimento de uma professora que, amputada dos dois pés e ainda mal adaptada às próteses que usa para caminhar, deixou de ter lugar na escola onde leccionava, a dois passos de sua casa, para ser colocada numa outra a quarenta quilómetros de distância!!!
É-lhe muito penoso conduzir, como facilmente compreenderemos pelos condicionamentos físicos que tem. Mas deve ser outra a quem os burocratas do ministério entenderam dever, também, atribuir uma pena. Por qual razão? Do alto da sua sapiência, inacessível a comuns mortais, eles saberão o que fazem!
Diz a professora que tem feito tudo o que lhe é possível para remediar esta situação demasiadamente penosa que lhe impuseram, mas tem esbarrado naquelas burocracias desumanas e parvas do “está para despacho”, “falta uma assinatura” e sei lá que mais que vai adiando a solução de um erro que nem deveria ter acontecido e causa desnecessária dor a quem dores demais já sofreu!
Eu sei que cada um que leia o que acabo de escrever conhece mais algumas histórias igualmente sórdidas que mereciam ser reveladas. Estas de que falei não são, por certo, as únicas que levaram o Ministro a pedir desculpas. São apenas duas das muitas que resultam do intenso movimento da multidão que entope os corredores do ministério. 
Não poderia ser mais escorreito este ministério que, ainda que dito da educação, constantemente comete erros de palmatória ou será apenas mais um depósito de “boys” que mostram, nas coisas patéticas que imaginam e nas coisas parvas que fazem, toda a sua dispensável inutilidade?

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