Já me havia impressionado
demais o caso de um professor colocado numa escola a 350 quilómetros de sua
casa, aquela onde vivia com a sua família!
Agora, por certo, terá
alugado um quartinho lá na terra onde dá aulas, toma as refeições sozinho e a
correr e telefona, de vez em quando, para a família que poucas vezes irá
visitar porque não creio que o que ganha dê para muito mais.
Se esta pessoa está a
cumprir algum castigo por qualquer coisa que tenha feito e nem imagino o que de
tão grave possa ser para lhe impor este degredo que castiga, também, mulher e
filhos, não pode ser alguém a quem o ministério da educação deva atribuir a
tarefa de ensinar e educar jovens!
Mas deixando para trás a
ironia, pergunto se fará algum sentido que aconteçam coisas destas, sobretudo
numa sociedade que tem absoluta e urgente necessidade de reconstituir e
fortalecer a sua célula nuclear que é família, a qual tem desprezado com os
efeitos nefastos que bem conhecemos. Decerto que não faz qualquer sentido e só
os “burocratas inteligentes” que andam por este mundo para complicar a vida às
pessoas são capazes de tamanhas insensibilidades!
Mas como se tal não bastasse,
tive agora conhecimento de uma professora que, amputada dos dois pés e ainda
mal adaptada às próteses que usa para caminhar, deixou de ter lugar na escola
onde leccionava, a dois passos de sua casa, para ser colocada numa outra a
quarenta quilómetros de distância!!!
É-lhe muito penoso
conduzir, como facilmente compreenderemos pelos condicionamentos físicos que
tem. Mas deve ser outra a quem os burocratas do ministério entenderam dever,
também, atribuir uma pena. Por qual razão? Do alto da sua sapiência,
inacessível a comuns mortais, eles saberão o que fazem!
Diz a professora que tem
feito tudo o que lhe é possível para remediar esta situação demasiadamente penosa
que lhe impuseram, mas tem esbarrado naquelas burocracias desumanas e parvas do
“está para despacho”, “falta uma assinatura” e sei lá que mais que vai adiando
a solução de um erro que nem deveria ter acontecido e causa desnecessária dor a
quem dores demais já sofreu!
Eu sei que cada um que leia o que acabo de escrever conhece mais algumas histórias igualmente sórdidas que mereciam ser reveladas. Estas de que falei não são, por certo, as únicas que levaram o Ministro a pedir desculpas. São apenas duas das muitas que resultam do intenso movimento da multidão que entope os corredores do ministério.
Não poderia ser mais escorreito este ministério que, ainda que dito da educação, constantemente comete erros de
palmatória ou será apenas mais um depósito de “boys” que mostram, nas coisas
patéticas que imaginam e nas coisas parvas que fazem, toda a sua dispensável inutilidade?Eu sei que cada um que leia o que acabo de escrever conhece mais algumas histórias igualmente sórdidas que mereciam ser reveladas. Estas de que falei não são, por certo, as únicas que levaram o Ministro a pedir desculpas. São apenas duas das muitas que resultam do intenso movimento da multidão que entope os corredores do ministério.
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