ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

COMPLICAÇÕES NECESSÁRIAS?

Ontem, ao escutar o discurso palavroso de um Secretário de Estado do Ministério da Educação no qual envolveu as respostas simples que as perguntas claras que lhe eram dirigidas sugeriam, senti a razão de ser destas permanentes confusões que se tornaram correntes no início de cada ano lectivo. 
Desde há tempo demais que se tornou complicado o que deveria ser simples, de um modo que torna quase insuportáveis os custos que aprender envolve, num país em que o ensino deveria ser, conforme a Constituição o exige, tendencialmente grátis.
E deixei de tentar compreender por que razão três meses sem actividade lectiva, as chamadas férias grandes, não bastam para que a preparação do ano seguinte se faça de um modo rigoroso e seguro, sem os erros e as complicações que acontecem há já anos demais.
Aquele é, com certeza, um tempo em que se não resolvem problemas mas, bem pelo contrário, se imaginam formas de os complicar, seja nos manuais que mudam constantemente sem qualquer razão científica ou económica para que tal aconteça seja no modo de contratar professores, organizar colocações ou em picuinhices linguísticas que fazem perder de vista o planeamento global que cada ano lectivo exige para que tudo bata certo quanto a instalações, professores e outro pessoal, equipamentos diversos, etc.
Não acredito que não seja possível fazer as coisas de outro jeito, sem as complicações que os sucessivos ministros e suas altamente qualificadas equipas têm promovido.
Não me recordo de alguma vez, ao longo da minha vida de estudante, ver acontecer coisas como estas que agora se sucedem ano após ano e tantas dificuldades levantam aos professores, aos alunos e suas famílias.
Não será possível regressar ao tempo da descomplicação que fazia as coisas acontecerem naturalmente e com os bons resultados que agora não vejo?
É, com certeza, necessária uma reforma profunda e uma limpeza completa dos maus hábitos instalados, afastar os lóbis que tomaram conta dos “negócios” que o ensino facilmente permite montar e organizar um ministério capaz de assumir as responsabilidades de coordenar a actividade de um sector fundamental para melhorar o futuro de Portugal.
Assim parecia entendê-lo Nuno Crato quando, ainda analista, afirmava “ser essencial implodir a estrutura alegadamente gigantesca do Ministério da Educação e Ciência”, decerto para a reorganizar depois de um modo que a tornasse eficiente.
Pelos vistos a implosão foi outra e, por cada ano que passa sem que a reorganização seja feita, serão mais uns quantos que se juntam aos atrasos e aos prejuízos que de tamanha confusão têm resultado. 


Sem comentários:

Enviar um comentário