Ontem, ao escutar o
discurso palavroso de um Secretário de Estado do Ministério da Educação no
qual envolveu as respostas simples que as perguntas claras que lhe eram
dirigidas sugeriam, senti a razão de ser destas permanentes confusões que se tornaram correntes no
início de cada ano lectivo.
Desde há tempo demais que se tornou complicado o que deveria ser simples, de um modo que torna quase insuportáveis os custos que aprender envolve, num país em que o ensino deveria ser, conforme a Constituição o exige, tendencialmente grátis.
Desde há tempo demais que se tornou complicado o que deveria ser simples, de um modo que torna quase insuportáveis os custos que aprender envolve, num país em que o ensino deveria ser, conforme a Constituição o exige, tendencialmente grátis.
E deixei de tentar
compreender por que razão três meses sem actividade lectiva, as chamadas férias grandes, não bastam para que
a preparação do ano seguinte se faça de um modo rigoroso e seguro, sem os erros
e as complicações que acontecem há já anos demais.
Aquele é, com certeza, um
tempo em que se não resolvem problemas mas, bem pelo contrário, se imaginam
formas de os complicar, seja nos manuais que mudam constantemente sem qualquer
razão científica ou económica para que tal aconteça seja no modo de contratar professores, organizar colocações ou em picuinhices linguísticas que fazem perder de vista o planeamento global que cada ano lectivo exige para
que tudo bata certo quanto a instalações, professores e outro pessoal,
equipamentos diversos, etc.
Não acredito que não seja
possível fazer as coisas de outro jeito, sem as complicações que os sucessivos
ministros e suas altamente qualificadas equipas têm promovido.
Não me recordo de alguma
vez, ao longo da minha vida de estudante, ver acontecer coisas como estas que
agora se sucedem ano após ano e tantas dificuldades levantam aos professores, aos alunos e suas famílias.
Não será possível
regressar ao tempo da descomplicação que fazia as coisas acontecerem
naturalmente e com os bons resultados que agora não vejo?
É, com certeza, necessária
uma reforma profunda e uma limpeza completa dos maus hábitos instalados,
afastar os lóbis que tomaram conta dos “negócios” que o ensino facilmente permite
montar e organizar um ministério capaz de assumir as responsabilidades de
coordenar a actividade de um sector fundamental para melhorar o futuro de
Portugal.
Assim parecia entendê-lo Nuno Crato quando, ainda analista, afirmava “ser essencial implodir a
estrutura alegadamente gigantesca do Ministério da Educação e Ciência”, decerto
para a reorganizar depois de um modo que a tornasse eficiente.
Pelos vistos a implosão foi outra e, por cada ano que passa sem que a reorganização seja feita, serão mais uns
quantos que se juntam aos atrasos e aos prejuízos que de tamanha confusão têm
resultado.
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