Jamais pensei que a
pobreza pudesse ser erradicada pela caridade, as irmãs gémeas que não podem
existir uma sem a outra.
Já o sabiam há muito os
orientais de outros tempos que num dito milenar recomendam que “se vires um
homem com fome não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar”.
Mas este dia internacional
para erradicação da pobreza não me parece mais do que o contrário do que pela
pobreza se deveria fazer, o que é natural num mundo onde as maiores
perplexidades existem numa realidade onde o cinismo impera e o egoísmo de
alguns é o padecimento de muitos.
De nada valem palavras
quando a própria realidade é pródiga em situações inexplicáveis, como se
conclui de informação corrente.
Em Portugal, quarenta anos
depois da instituição de um regime democrático que a Constituição desejou tendencialmente
socialista, depois de uma revolução que punha fim à exploração proletária, aumentou
o número de pobres que, para além disso, ganham agora menos do que ganhavam em
1974!
Angola, terra onde abundam
petróleo e diamantes e onde, por isso, há centos de mega-milionários dispostos
a comprar quase meio mundo, está na lista dos 10 países mais pobres!
Moçambique onde se
descobriu que existem as maiores reservas de gás natural do mundo, quase
encabeça a lista dos países onde a pobreza é maior!
E que dizer da China, da
India ou do Bangladesh onde os pobres são explorados sem comiseração, expostos
aos mais tenebrosos perigos e abandonados na sua débil condição física para que
os “generosos” ocidentais possam comprar barato o que eles produzem à custa de
muita dor?
Erradicar a pobreza? Mas qual
pobreza?
NOTA: Segundo dados revelados pela Rede Europeia Anti-Pobreza, 18% dos
portugueses são pobres. De acordo com esta organização, o número europeu que
serve de referência para definir a pobreza equivale a um vencimento mínimo
mensal de 406 euros.
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