Quem tenha os pés bem
assentes no chão e, desse modo, entender que para ultrapassar a situação
crítica em que Portugal caiu é necessário rigor e trabalho, ao que o voluntarismo
das promessas eleitorais sobrepõe a ilusão de garantir o que quase todos reclamam,
não pode deixar de concordar com Passos Coelho quando diz que é preciso, “para internacionalizar a economia portuguesa,
ter primeiro uma economia interna aberta assente na concorrência e não nos
favores políticos”.
De tal afirmação deduzo
que Passos se refere ao esforço continuado que a concorrência exige, em vez dos
“paninhos quentes” com que os favores políticos aliviam a dor do trabalho duro
que ela impõe.
E logo tenho de me lembrar
de como os “favores políticos” têm sido o grande drama neste país de compadres
e de “boys” que caro cobram, aos partidos que fazem vitoriosos, os “serviços” prestados
e logo se conluiam para conseguir, com procedimentos truculentos, o que de
outro modo jamais alcançariam. Tal como não poderei esquecer, porque a
realidade o mostra, que por detrás de um sucesso financeiro retumbante quase sempre está uma enorme trafulhice que todos acabaremos por pagar!
Mas acabar com os favores
políticos será assim tão fácil? Não o creio, sobretudo agora que vejo
refazer-se o grupo que levou Portugal à insolvência, onde até o próprio Sócrates
está presente e sem o qual António Costa jamais conseguiria destronar o ingénuo
e desajeitado Seguro da liderança do PS.
Não vejo como determinadas
mentalidades poderão fazer diferente daquilo que, com tão maus resultados, antes
já fizeram, tal como não vejo como Costa se livrará da rapaziada que o envolve
e caro lhe cobrará o “sucesso” pírrico que foi a vitória que conseguiu.
Sinceramente, não vejo que
existam condições para acreditar em promessas eleitorais deslumbrantes por
parte de qualquer oposição, como as não vejo para atitudes do Governo que lhe possam
granjear os votos que a austeridade com que teve de governar naturalmente lhe retirou.
Infelizmente, não espero do povo que se deixa embriagar pelas críticas mordazes e pelas frases sonantes que os tempos de maior austeridade facilmente inspiram, o entendimento de uma realidade dura que lhe exige esforço, porque é mais próprio de si o tão característico “enquanto o pau vai no ar…” que permite desfrutar mais algum tempo de euforia, pensando que mais tarde haverá aquele que vem atrás e fecha a porta.
Só que quem vem atrás são os nossos filhos e os nossos netos a quem legaremos um país desfeito em cacos!
Só que quem vem atrás são os nossos filhos e os nossos netos a quem legaremos um país desfeito em cacos!
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