ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A PROPÓSITO DO DISCURSO DO PRESIDENTE... SÓ MUDAM AS MOSCAS!

Li algures que o expectante Rui Rio havia sido pressionado por diversas personalidades para fazer no PSD um assalto ao poder como António Costa fez no PS.
Já ouvira falar, até, num possível conluio entre ambos para poderem formar o tal Bloco Central que poderia governar o país, ou talvez não, como já antes, sem sucesso, fora tentado.
É grande a insatisfação de todos nós. É esta uma verdade indisfarçável. Mas não me parece que seja apenas mudando pessoas que a questão se resolve, porque sem uma visão mais clara das coisas e sem o entendimento mais correcto da realidade permanecerão os problemas que apenas novas ideias e diferentes procedimentos conseguirão resolver.
Se, das “primárias” do PS, não resultaram novas ideias, ficando-se pela troca de personalidades o que aconteceu, não será de esperar que seja desse modo que se mudarão no PSD ou em outro qualquer partido as idiossincrasias instaladas que, como parece inevitável, irão migrar para os novos partidos formados em torno de personalidades que apenas dizem querer combater a corrupção e outros procedimentos condenáveis nos quais, nem que tenha sido apenas por omissão, também participaram, porque os nossos males vão, infelizmente, muito para além disso.
Não acredito, de todo, que destas “revoluções partidárias ” possa resultar mais do que o apressar da confusão já instalada na política portuguesa, porventura até a “implosão” dos partidos políticos que o Presidente da República diz temer.
A realidade que observamos não permite contradizer o Presidente quando afirma que “é cada vez maior a repulsa dos cidadãos mais qualificados pelo exercício de funções públicas (…..), desempenho de cargos políticos (…….) ao exercício de funções nas diversas áreas da Administração Pública”. Estará, como do que disse o Presidente se deduz também, o país entregue a uma classe que fez da política uma profissão sem méritos e sem qualificações, que tem desprestigiado com a demagogia e o populismo que afastam os quadros profissionais mais qualificados do exercício de funções públicas.
E lá volta a questão de não ser apenas mudando pessoas que se altera o caminho que trilhamos e, com ele, o ponto onde chegamos, porque é preciso seguir por outro caminho que, tudo o mostra, esta classe política não conhece ou lhe não convém! 


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