Li algures que o
expectante Rui Rio havia sido pressionado por diversas personalidades para
fazer no PSD um assalto ao poder como António Costa fez no PS.
Já ouvira falar, até, num
possível conluio entre ambos para poderem formar o tal Bloco Central que
poderia governar o país, ou talvez não, como já antes, sem sucesso, fora
tentado.
É grande a insatisfação de
todos nós. É esta uma verdade indisfarçável. Mas não me parece que seja apenas mudando
pessoas que a questão se resolve, porque sem uma visão mais clara das coisas e sem o entendimento mais correcto da realidade permanecerão os problemas que apenas novas
ideias e diferentes procedimentos conseguirão resolver.
Se, das “primárias” do PS,
não resultaram novas ideias, ficando-se pela troca de personalidades o que aconteceu,
não será de esperar que seja desse modo que se mudarão no PSD ou em outro qualquer
partido as idiossincrasias instaladas que, como parece inevitável, irão migrar
para os novos partidos formados em torno de personalidades que apenas dizem querer
combater a corrupção e outros procedimentos condenáveis nos quais, nem que
tenha sido apenas por omissão, também participaram, porque os nossos males vão,
infelizmente, muito para além disso.
Não acredito, de todo, que
destas “revoluções partidárias ” possa resultar mais do que o apressar da
confusão já instalada na política portuguesa, porventura até a “implosão” dos
partidos políticos que o Presidente da República diz temer.
A realidade que observamos
não permite contradizer o Presidente quando afirma que “é cada vez maior a
repulsa dos cidadãos mais qualificados pelo exercício de funções públicas (…..),
desempenho de cargos políticos (…….) ao exercício de funções nas diversas áreas
da Administração Pública”. Estará, como do que disse o Presidente se deduz
também, o país entregue a uma classe que fez da política uma profissão sem
méritos e sem qualificações, que tem desprestigiado com a demagogia e o populismo
que afastam os quadros profissionais mais qualificados do exercício de funções
públicas.
E lá volta a questão de
não ser apenas mudando pessoas que se altera o caminho que trilhamos e, com
ele, o ponto onde chegamos, porque é preciso seguir por outro caminho que, tudo o mostra, esta classe política não
conhece ou lhe não convém!
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