O discurso do deputado João Oliveira, do PCP,
no debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS, mostrou
claramente por que o Partido Comunista não mudou nada desde Álvaro Cunhal, não
acompanhando os tempos que alteraram as condições de vida e as circunstâncias
em que vivemos.
Foi um discurso típico e moldado pelos jamais
alterados lugares comuns aos quais, um dia, alguém chamou cassete.
Desaproveitou, completamente, a oportunidade
de discutir assuntos da maior importância para proteger o povo que diz
defender, ignorando as desgraças cujo sofrimento por muito tempo vai ser
sentido, mas não perdeu a oportunidade de atacar a “direita”, persistindo numa
divisão política que, dia a dia, as circunstâncias menos justificam.
Os problemas, cada vez mais graves, que a
vida nos coloca, exigem atitudes concretas de solução que as ideologias perdem
de vista nas aleivosias que praticam quando ignoram a realidade ou, pior do que
isso, a tentam disfarçar com promessas de um futuro melhor, mas que jamais
permite aliviar o aperto do cinto senão emagrecendo.
As circunstâncias mostram, cada vez mais
claramente, os males que o crescimento económico sem sentido mas que sempre tanto
almejamos, entre as quais as tragédias que acabamos de viver, são fruto de
ganâncias que restringem a capacidade de ver como caminhamos para um precipício
profundo.
Perante um país pintado do negro em que se
desfez a vida de tanta gente, que se tornou o deserto onde nem miragens conseguem
disfarçar o nada em que tanto trabalho se tornou, o PCP enche a boca com o povo
e com o que em seu nome reclama, mas ignora o sofrimento que sente.
Por isso votou contra a moção que tinha por
objectivo condenar o Governo pelas catástrofes que não soube evitar, fizeram o país mais pobre, por mais baixo que seja o défice que se apregoe.
A morte de mais de 100 pessoas cujos corpos o fogo consumiu, perdas de muitas
centenas de milhões de euros em bens que o fogo consumiu, o sofrimento de muitos milhares de pessoas que
perderam entes queridos ou perderam tudo o que ao longo da vida conseguiram
juntar, tudo isto não bastou para que fosse julgada oportuna uma censura a quem,
por incúria, não evitou que tudo isto acontecesse.
O debate mostrou que a cassete está de volta e se tornou o modelo oficial da geringonça quendo tem de falar sem dizer nada.
O debate mostrou que a cassete está de volta e se tornou o modelo oficial da geringonça quendo tem de falar sem dizer nada.
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