Ao contrário de Stephen Hawking, eu não digo
que já não precisamos de Deus para explicar seja o que for porque a física é
capaz de o fazer, dispensando esse “conceito” adicional.
Ainda que os avanços do conhecimento
científico que as tecnologias cada vez mais sofisticadas vão facilitando, possam
dar a sensação de um poder que permite, mais cedo ou mais tarde, explicar seja
o que for, a verdade é que ainda não explicámos nada. Apenas vamos descobrindo
mais da “aventura” da Criação ou, quem sabe, da entidade que é, como no dizer
de S Tomaz no seu “caminho para Deus”, a razão de ser de todas as coisas, uma
descoberta que, porventura, apenas se completará em outra dimensão.
Já vão longe as descobertas que a muitos de
nós podem agora parecer simplórias, tão vulgares elas são, como a descoberta da
gravidade por Newton, por exemplo, que levou Einstein a meditar sobre o modo
como se propagaria essa força que faz com que dois corpos próximos se atraiam
com uma intensidade directamente proporcional ao produto de suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.
Dessa reflexão e não só, resultou a teoria das “ondas
gravitacionais”, ondulações que se propagam a partir da fonte, transportando a
energia sob a forma de radiação gravitacional.
Einstein estabeleceu esta teoria, com base na
sua intuição científica, em 1915, mas nunca conseguiu verifica-la, chegando
mesmo a pensar que tal seria impossível.
Não fazia ideia de que cem anos depois, em 2015, graças à evolução da tecnologia, três cientistas americanos, Rainer
Weiss, Barry Barish e Kip Thorne, a comprovassem através da observação, sendo,
por isso, galardoados com o Prémio Nobel da Física 2017.
Ao estabelecimento intuitivo de uma teoria
segue-se a sua comprovação pela observação. Não me parece haver qualquer tipo
de explicação nesta descoberta que, por certo, está já a dar origem a novas teorias e projectos de observação que levarão mais longe o nosso conhecimento sobre o
Universo e seus mistérios.
Na Física, a confirmação da existência das
ondas gravitacionais é, porventura, o feito mais sonante depois da experiência
que permitiu confirmar a existência do “bosão”, através do qual a energia se
transforma em matéria em conformidade com a fórmula universal E=Mc2, também de
Einstein, que a intuição de Higgs há muito havia detectado.
Então, logo surgiram variadas hipóteses que servem
de base a novas teorias, entre as quais a
possibilidade da existência de mundos paralelos já que a maior parte da massa
formada a partir do Big Bang, não é visível nem, por enquanto, detectável.
E assim, de observação em observação vão-se colocando
hipóteses, estabelecendo teorias que ficarão aguardando que, um dia, alguém as
confirme ou não, também pela observação a partir da qual um novo ciclo
começará.
É por isso que a Ciência terá de se conformar
com algo que lhe é superior, uma vontade maior que deu origem ao universo e
ditou as suas leis, o que me parece mais conforme com a inteligência do Homem
que, decerto, não existe por acaso!
Chamem-lhe Deus ou o que quiserem, mas
existe!
Descobrir os seus desígnios é que é mais
difícil.
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