Acredito que esta tenha sido a mais difícil
escolha deste ano, ou até de sempre, para atribuir o Prémio Nobel da Paz, agora
que tantas razões há para temer a guerra e tão pouco pode ser feito para a
evitar.
Depois do Irão que terá, ou não, suspendido o
seu programa nuclear, mas se o fez foi, quase decerto, em condições de o poder retomar
rapidamente, pior é a escalada nuclear norte coreana que,
à vista de todos, mostrou que tinha já superado os tais 10 anos que todos
julgavam necessitaria ainda para ser uma potência nuclear, assim como o são
as declarações de Trump sobre a sua determinação para que os Estados Unidos
aumentem o seu poderio nuclear até os demais “tomarem juízo”. Espantoso
raciocínio!!!
Também haverá por aí muitos engenhos nucleares
que a queda da União Soviética terá colocado sabe-se lá onde e nas mão nas mãos
de quem, o que terá enchido o mundo de armas nucleares que colocam a Humanidade
à mercê de cabeças desgovernadas, de megalomanias belicosas, para além dos
projectos hegemónicos das grandes potências.
A não ser assim, por que continuarão estas a
ter direito de veto no Conselho das Nações Unidas onde as decisões deveriam ser
tomadas em função dos riscos reais e graves que a humanidade corre, tão graves e já tão
difíceis de superar, mesmo com a cooperação de todos?
Todos sabemos que existem no mundo armas
nucleares mais do que bastantes para destruir o Planeta em poucas horas, assim
como temos a noção de que bastará o lançamento de uma dessas armas para ter como resposta
outros laçamentos cujos danos poriam fim à vida na Terra.
Além disso, o que pode esperar-se de um país,
a Coreia do Norte, que depende dessas armas para continuar a existir como o
reino de um tolo megalómano e da sua seleccionada corte que domina um povo psicologicamente dominado?
Quem lhe terá permitido atingir este ponto de
não retorno que tão perigoso se tornou? A Ucrânia por razões financeiras ou a
China por razões políticas? Ou outro qualquer, que sei eu…
Não creio que muito mais possa já ser feito
para além de clamar pelo fim dos arsenais nucleares, o que, decerto, a maioria
de nós fará todos os dias, porém sem sucesso algum.
Creio que poucas alternativas restariam ao
Comité dos Prémios Nobel para além da que tomou, a de atribuir o Prémio Nobel da
Paz à organização “Campanha Internacional para Abolição de Armas Nucleares
(CIAAN)” que integra organizações não governamentais de mais de uma centena de
países que, digo eu, seguem os passos de Jesus Cristo que pregou no deserto ou
de Santo António que pregou aos peixes, porque os homens, esses não ouvem.
A prova é que Trump planeia abandonar o
acordo alcançado com o Irão em 2015 pela China, França, Reino Unido, Rússia e
Alemanha, para além dos próprios Estados Unidos, o que aconteceu no segundo mandato
do Obama.
Assim continua Trump o seu “Obamakill”.
Dizem também as notícias que ontem, ao posar
para uma fotografia oficial ao lado de chefias militares, Trump avisou os
fotógrafos de que assistiam à “calma antes da tempestade”, sem depois esclarecer
o que isso significa. Coisa boa não será.
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