Não escondo que sinto uma especial simpatia
pela causa catalã que deveria ver as suas razões de independência avaliadas de
um modo diferente daquele que a Constituição Espanhola, pouco democrática no
seu famoso artigo 155, consente, dando ao opressor o direito de oprimir.
Não se trata de uma região que se rebela e se
quer afastar de um conjunto a que naturalmente pertença, mas de um povo, de uma
nação que foi dominada contra a sua vontade, da qual Castela tentou destruir as
próprias raízes, tal como com Portugal quis fazer, e, por isso, lhe reconheço o
direito de decidir o seu futuro, em vez de se sentir encurralada por uma
Constituição aprisionante.
Não me parece que a democracia se viva assim
e que o problema se resolva retirando a autonomia a um povo que, sem ela, perde
todos os seus direitos.
Mas, seja como for, é um problema que os
espanhóis terão de resolver e oxalá saibam faze-lo de modo civilizado e
verdadeiramente democrático, o que me não parece serem as intervenções
estranhas como as da União Europeia e de Portugal que, embora remetendo para a
Espanha a solução dos seus problemas, tomam claramente partido pelo dominador, o
que fazem por razões meramente económicas.
Quanto a Portugal, acho que deveria ser, pelo
menos, comedido nas afirmações que fizesse. Mas é-me agora fácil entender por
que o 1º de Dezembro deixou de ser feriado e tantos interesses que a Espanha
tem desrespeitado, como acontece no domínio hidráulico e na questão da central
e da lixeira atómica de Alamaraz, por exemplo, com pouca ou nenhuma contestação
portuguesa.
Não sei se o artigo 155 se aplica aqui também…
Obviamente que se trata de atitudes egoístas
e mesquinhas porque nesta política sem ideais e sem respeito por direitos
naturais, é o dinheiro que comanda.
Não vi estes políticos tomarem atitudes
arrogantes como estas que agora tomam com Puigdemont, quando Trump rompe
compromissos importantes para o futuro de toda a Humanidade e toma atitudes
chauvinistas inaceitáveis como o faz em relação ao México.
Hipocrisias…
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