Como era, por demais, evidente, nada poderia
continuar como dantes no PPD/PSD. Direi melhor, nada deverá continuar como
antes no PPD/PSD.
Esta é a questão premente para a qual o
Partido terá ou não terá uma resposta.
E será resposta simplesmente mudar o líder
numas eleições directas que para alguém até conviria fossem apressadas, assim
como quem espera tornar o ambiente mais simpático mudando a cor das pareces da
sala, os móveis de lugar e redistribuindo os trastes que a enfeitam?
Não creio!
E por isso me pergunto porque haverá de ser
este ou aquele o novo presidente se o Partido continuar o mesmo, como se fosse um
general quem faz o exército.
O PSD perdeu-se no seu percurso, pegou o país
numa situação de alto risco, envolveu-se na tarefa dura de o salvar e salvou-o e pagou caro por isso. Depois esqueceu-se de o reconfortar também.
Se é certo que quem se cura não se regala,
não menos certo será que uma dose desmedida da cura pode matar o doente!
Mas, mais do que isso, mais do que as
teorias “mendelianas” de recentrar o partido, num jogo que me faz lembrar os
dos cinco cantinhos, há que identificar o meio em que se move, as questões importantes
que se propõe resolver olhando para Portugal e para o mundo, pois os isolacionismos acabaram e a
teoria do caos é uma realidade cada vez mais sentida, definir políticas para o
futuro e reorganizar o Partido para as esclarecer e pôr em prática.
Por isso, a proposta de Congresso antes das
primárias, é a única proposta de bom senso que ouvi até agora. Mas um Congresso
a sério!
Serão Rui Rio, Santana Lopes ou seja quem for
quem vai tirar o Partido do escorregadio plano inclinado em que se encontra?
De modo algum, porque será necessário muito
mais do que isso porque a questão é bem mais profunda do que redistribuir
poderes.
A verdadeira questão é saber o que fazer no
futuro, definir as questões a abordar, o que um Congresso devidamente preparado
sem dúvida poderia fazer, dando, de novo, conteúdo a um Partido que, ao longo
do tempo, quase se esvaziou!
O PPD/PSD não conseguiu adaptar a sua ideologia original aos novos tempos o que, em boa verdade, é comum aos demais partidos que me parecem ver um país diferente do que eu vejo.
O PPD/PSD não conseguiu adaptar a sua ideologia original aos novos tempos o que, em boa verdade, é comum aos demais partidos que me parecem ver um país diferente do que eu vejo.
Curioso é que até o PPD/PSD parece recusar,
no espectro político português, o lugar que deixou vago, mas que o CDS de Cristas espreita.
Como quase sempre ou sempre acontece na
política, é o imediatismo é quem comanda e se a questão primária é mudar o
chefe… muda-se o chefe. As paredes pintam-se depois a seu gosto. E assim
permanecerão até que outro as voltar a pintar…
Um maquiavelismo sui generis e as eternas
vistas curtas da política que a ambição pelo poder não deixa ver mais além.
E como poderia ser de outro modo se até as
cadelas apressadas parem os cachorros cegos?
Sem comentários:
Enviar um comentário