ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 10 de outubro de 2017

UM MAQUIAVELISMO SUI GENERIS



Como era, por demais, evidente, nada poderia continuar como dantes no PPD/PSD. Direi melhor, nada deverá continuar como antes no PPD/PSD.
Esta é a questão premente para a qual o Partido terá ou não terá uma resposta.
E será resposta simplesmente mudar o líder numas eleições directas que para alguém até conviria fossem apressadas, assim como quem espera tornar o ambiente mais simpático mudando a cor das pareces da sala, os móveis de lugar e redistribuindo os trastes  que a enfeitam?
Não creio!
E por isso me pergunto porque haverá de ser este ou aquele o novo presidente se o Partido continuar o mesmo, como se fosse um general quem faz o exército.
O PSD perdeu-se no seu percurso, pegou o país numa situação de alto risco, envolveu-se na tarefa dura de o salvar e salvou-o e pagou caro por isso. Depois esqueceu-se de o reconfortar também.
Se é certo que quem se cura não se regala, não menos certo será que uma dose desmedida da cura pode matar o doente!
Mas, mais do que isso, mais do que as teorias “mendelianas” de recentrar o partido, num jogo que me faz lembrar os dos cinco cantinhos, há que identificar o meio em que se move, as questões importantes que se propõe resolver olhando para Portugal e para o mundo, pois os isolacionismos acabaram e a teoria do caos é uma realidade cada vez mais sentida, definir políticas para o futuro e reorganizar o Partido para as esclarecer e pôr em prática.
Por isso, a proposta de Congresso antes das primárias, é a única proposta de bom senso que ouvi até agora. Mas um Congresso a sério!
Serão Rui Rio, Santana Lopes ou seja quem for quem vai tirar o Partido do escorregadio plano inclinado em que se encontra?
De modo algum, porque será necessário muito mais do que isso porque a questão é bem mais profunda do que redistribuir poderes.
A verdadeira questão é saber o que fazer no futuro, definir as questões a abordar, o que um Congresso devidamente preparado sem dúvida poderia fazer, dando, de novo, conteúdo a um Partido que, ao longo do tempo, quase se esvaziou!
O PPD/PSD não conseguiu adaptar a sua ideologia original aos novos tempos o que, em boa verdade, é comum aos demais partidos que me parecem ver um país diferente do que eu vejo.
Curioso é que até o PPD/PSD parece recusar, no espectro político português, o lugar que deixou vago, mas que o CDS de Cristas espreita.
Como quase sempre ou sempre acontece na política, é o imediatismo é quem comanda e se a questão primária é mudar o chefe… muda-se o chefe. As paredes pintam-se depois a seu gosto. E assim permanecerão até que outro as voltar a pintar…
Um maquiavelismo sui generis e as eternas vistas curtas da política que a ambição pelo poder não deixa ver mais além.
E como poderia ser de outro modo se até as cadelas apressadas parem os cachorros cegos? 


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