Insisto em que não encontro as razões pelas
quais a Ministra da Administração Interna deva demitir-se ou ser demitida, mas
compreendo as razões pelas quais vejo tantos socialistas de peso a pedir a sua
cabeça.
É que as culpas que haja por todas estas
desgraças não devem ser apenas suas porque um problema desta dimensão,
sobretudo no que respeita às medidas de segurança a adoptar num tempo que
continuava muito quente e seco, circunstâncias que não justificavam o abrandamento
da vigilância nem a redução dos meios de combate que outro propósito não teve senão uma
ávida poupança de dinheiro, pertencem à governação e nem me passa pela cabeça
que não tenha sido discutida e avaliada em Conselho de Ministros, incluindo os
seus custos.
Se não aconteceu assim ficarei surpreendido
porque a questão dos incêndios florestais, a partir do desastre de Pedrógão
Grande, deixou de ser um problema sectorial para ser um gravíssimo problema nacional,
pelo qual o Primeiro Ministro deve ser o primeiro responsável.
Quanto à oportunidade, há que não esquecer
que o Governo estava “ocupado” na preparação do OE onde a redução do défice era
a preocupação maior.
Em meu parecer, justifica-se perfeitamente a
moção de censura que o CDS quer apresentar no Parlamento e imagino os problemas de
consciência que tanta gente terá no momento de votar porque não o fazer em
função da consciência que se tenha mas em função de obrigações impostas, não será uma pressão fácil de aguentar.
Ficou para mim provado, uma vez mais, que os
políticos são, tal como digo há muito tempo, os magos na arte de fazer parecer
que é o que gostariam que fosse.
Mas desta vez não conseguiram.
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