ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

ASSUNTOS NÃO FALTAM



Costumo começar o dia por ver, nas notícias, o que há de novo e dou-me conta que, hoje, assuntos não faltam para encher jornais, programas de televisão, grupos de comentadores, páginas sociais e sei lá mais o que, porque o FC do Porto pode continuar a denunciar os e-mails da pandilha do Benfica, depois de contornado um impedimento que não se entendeu, a PJ investiga no estádio da Luz, na casa de Filipe Vieira e do Pedro Guerra, as armas roubadas de Tancos apareceram quase todas, a ministra da administração interna era, afinal, a culpada pelos incêndios e foi demitida, o processo Marquês produziu acusações que deixam Sócrates e os seus advogados fora de si, o relatório de uma comissão da União Europeia que investigou os “Panamá Papers” parece incluir os nomes de Sócrates e do ex-GES entre os que praticaram desmandos, o Benfica ficou já afastado da Champions, Marcelo repreende Costa e há quem se interrogue o que faltará para o demitir, Hernani Carvalho, um conhecido comentador da SIC, faz sugestões reveladoras de “coisas estranhas” no que chamou a “indústria do fogo” em Portugal, um assunto sobre o qual não há personalidade de topo que se disponha a falar e podemos, ainda, especular sobre o teor das quinze certidões extraídas do processo Marquês e dos novos processos a que poderão dar lugar.
A fartura é tanta que quase damos por nós a pensar na “bronca” que virá a seguir, quem será apanhado em qualquer tramóia, porque parece que a investigação judicial está a mexer muito e os mexericos multiplicam-se.
Se nos lembrarmos daquelas alturas em que para ter “notícias” quase se torna necessário inventá-las, esta quantidade será, sem dúvida, um verdadeiro e rico maná.
Mas no meio de tudo isto há, para além do omnipresente Sócrates, duas entidades preponderantes, o Benfica e o PS, um clube desportivo e um clube político, e é por isso que os assuntos raramente são tratados de modo não influenciado pela paixão que os clubismos sempre geram.
Por isso há muitas “verdades” em vez da verdade, há conflitos em vez da cooperação que a resolução dos graves problemas existentes exigiria, há confusão em vez da clarificação que evite que os problemas continuem ou até se agravem.
A comunicação social e os comentadeiros estão nas suas “sete quintas” e têm material para o tempo que quiserem ou até quando outro assunto mais candente apareça por aí.
O interesse por Trump, pela Coreia do Norte e pela Catalunha perderam fulgor e a té o próprio Sócrates começa a perder interesse pois já poucos duvidam do seu envolvimento em tanta porcaria, quase nem interessando o que a Justiça possa vir a decidir daqui a não sei quantos muitos anos.
Mas talvez como escritor fecundo tenha futuro, porventura um futuro que talvez não possa financeiramente suportar pois do seu segundo livro, com tanta pompa apresentado, não voltei a ter notícias e quem sabe se, para não dar barraca, dele terá de mandar comprar uns quantos milhares como dizem ter feito com o primeiro.
Enfim, tempos em grande estão aí, com primeiras páginas bombásticas e muitas opiniões de permeio.
Problemas resolvidos, desses nenhuns porque, sem problemas, como poderia a má língua viver? E sem má língua como poderiam tantos inúteis sobreviver?
Depois, não dá para andar sempre a inventar. Penso, até, que disso já abusaram demais, de tal modo que já muito poucos os levam a sério nessas atitudes.
Então, meus senhores, é fartar!


Sem comentários:

Enviar um comentário