Tudo o que começa tem um fim e Passos Coelho
sabia, decerto, que o seu tempo, aquele em que foi decisivo na contenção da
desgraça para a qual alegremente caminhávamos, dirigidos por um Primeiro
Ministro egoísta e inconsciente, não poderia durar muito.
Aliás, ele próprio disse não pensar em
eleições quando o importante era salvar o país. O que fez do único modo como se
curam as doenças graves, com dor pois, como dizia o sábio povo de outrora, “quem
se cura não se regala”.
Não seria necessário consultar um dos muitos “bruxos”
que andam por aí para saber que assim iria acontecer.
Mas conseguiu, apesar da incompreensão de que
foi e continua a ser alvo, recuperar a dignidade e a credibilidade de um país
que as tinha pelas ruas da amargura.
Não acredito que Costa que, hipocritamente se
recusa a reconhecer os méritos da situação que Passos lhe legou, fosse capaz da
verdadeira proeza do governo de Passos Coelho, como não creio que este fosse o
mais indicado para fazer o que, depois de si, era necessário fazer.
O pior é que as coisas nunca são tão lineares
assim, porque a vida tem altos e baixos, o que terá inspirado também o povo a
dizer que “não há bem que sempre dure nem mal que o ature”!
Por isso não acredito que as velas do barco
continuem enfunadas porque também o vento não sopra sempre do mesmo lado e, de
repente, muda.
Não se faz futurologia quando se diz o que o
bom senso já sabe e não vejo que o estado do mundo nos dispense dos cuidados
apertados que a situação requere porque, em breve, a recessão estará aí, na sequência
do ciclo que já conheço há dezenas de anos.
Mas não era por aqui que me queria perder,
pois apenas pretendia agradecer a Passos Coelho o que fez pelo país, pelo que é
tão maltratado, sobretudo porque os que lhe sucederam a isso a todos instigam.
Gostaria de saber o que faria Costa se
sucedesse a Sócrates. O mesmo que Mário Soares e Guterres cujos socialismos
extremados nos levaram a estender a mão à caridade.
Pena se voltarmos a isso.
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