Como tantas vezes já o declarei, sou um incondicional
adepto de uma regionalização que permita adaptar a política geral do país às
condições locais, com maior intervenção e responsabilidade dos seus habitantes.
Não existe nenhum modelo pré-definido de
regionalização, pelo que aquela que melhor poderia servir Portugal, um país
geograficamente pequeno mas com profundas diferenças regionais, teria de ser
cuidadosamente estudado e analisado, para que as autarquias regionais a criar
tivessem uma ligação profunda com as autarquias locais que englobassem e um
peso populacional e potencialidades económicas bastantes para que pudessem por
em prática políticas especiais de desenvolvimento, o que significa que o número
de regiões seria, necessariamente, pequeno.
Quanto ao excesso de custos que a
regionalização acarretaria pelo número de órgãos administrativos a que
obrigaria, não passa de uma falácia porque sem estar definido o modelo de
regionalização, tais custos não podem ser conhecidos.
Mas há quem seja “convictamente” contrário á
regionalização, como há poucos dias ouvi dizer-se Marques Mendes, apenas porque
sim.
A centralização que impõe um modelo padrão de
desenvolvimento, indiferente às condições regionais variáveis, é a causa da
desertificação de cada vez mais vastas áreas onde poucos mais resistem a viver
do que idosos e pouco qualificados, tornando, deste modo, impossível o desenvolvimento,
porque ficam desaproveitados os recursos locais, incluindo os humanos.
Mas entendo bem as preocupações dos políticos
da alta roda a quem a centralização multiplica os poderes que, como todos
sabemos, implica o direito de escolha dos concorrentes a dirigentes locais.
Para parecer que o poder local é importante,
dizem-se adeptos da descentralização que não é mais do que replicar localmente
a política central, o que, mesmo assim, têm dificuldade em fazer.
A descentralização não será, pois, nada de
novo em relação ao que existe. Rigorosamente.
Mas pode criar caciques locais e disso têm
medo os que têm o poder que impõem mas nenhum que seja incondicionalmente
aceite.
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