ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

CATALUNHA, A QUESTÃO NAS MÃOS DE MADRID. E QUEIMA!



Os catalães, com a sua História e cultura sequestradas há tantos séculos, mostraram claramente ao mundo o seu desejo de serem reconhecidos como uma nação, como um povo independente.
É o natural desejo de ser livre, daquele a quem a liberdade foi roubada.
Quiseram, através de um referendo que o governo central espanhol procurou impedir por todos os meios, incluindo a violência, mostrar ao mundo que, em maioria o desejavam.
Apesar da violência, em muitos casos desmedida dos homens enviados por Madrid, por ordem do galego Rajoy, foi muito numerosa a afluência às urnas, a insistência em votar, mesmo perante forças determinadas a usar a força, fosse em que medida fosse.
Agarrar alguém pelos cabelos para a retirar da fila de voto e mandar pela escada abaixo, é uma violência brutal, certamente.
Obviamente, não foi possível um referendo controlado como deveria ter sido, mas pareceu-me bastante para poder pensar que num referendo normal o SIM deveria sair vencedor.
Há quem o descredibilize dizendo que era possível votar mais do que uma vez e contraponha a manifestação pró-Espanha que se lhe seguiu como prova de que os catalães não querem a independência, sem pensar que, no entanto, mesmo menos numerosa do que as dos independentistas, esta manifestação teve castelhanos disfarçados de catalães, à mistura.
Diz o prestigiado jornal La Vanguardia, a propósito da possível declaração unilateral de independência que “A INDEPENDÊNCIA É UM PROJECTO POLÍTICO LEGÍTIMO COMO QUALQUER OUTRO, NO ENTANTO PERDE A SUA LEGITIMIDADE QUANDO SE TENTA IMPOR ACIMA DO PROCESSO LEGAL”.
Eu concordo em absoluto porque já não estamos naqueles tempos em que era pela força que se submetiam povos, como Castela fez com a Catalunha, ou se libertam como Portugal o fez em relação à mesma Castela e, agora, a Catalunha o deseja, mas de um modo pacífico, como se deduz da disponibilidade de Puigdemont para negociar com Madrid!
Um referendo não se sobrepõe à lei, o que já não se poderá dizer da força bruta com que o governo de Madrid o impediu ou tentou impedir.
A demonstração da vontade está feita. As conversações impõem-se.
Veremos como se portarão os castelhanos nas conversações que lhes propõem.
Não creio que possam ser pacíficas com Rajoy e até deverão ser longe do Rei.
Espero que aconteçam de um modo melhor do nas atitudes belicosas de Rajoy e muito melhor do que com o Rei que, sendo-o, como diz, de todos os espanhóis, fez o pior discurso político que já escutei em toda a minha vida, sublinhando e reforçando as atitudes de Rajoy. Incrível!

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