ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

ESCRITAS



Acabo de ler uma crónica que, na Visão, Fernando Esteves escreveu com excessos de sabedoria niilista, aliás a única adequada ao jornalista que me pareceu ser.
Mas conheço eu Fernando Esteves de algum lado? Não, de todo, a não ser deste texto que me leva a crer ser daqueles que são mestres a retirar factos do seu contexto para desenvolver as teorias que, mesmo assim, resultam falhadas como os raciocínios que faz e as conclusões que insinua.
Então, o resumo biográfico que apresenta no final é uma verdadeira obra prima de pretensiosismo disfarçado em falsa modéstia.
O texto que escreveu não passa de um exercício de paródia política no qual me não pareceu feliz ( ou escreveu a sério?), como o não pode ser alguém que, para desacreditar outrem de quem não gosta, recorre a truques a partir do que outros digam – em biografias, por exemplo - a conclusões filosóficas perversas e a mentiras óbvias, a deturpações e a maledicências convenientes que o tempo ainda não fez esquecer como aquela em que diz que Passos Coelho convidou os portugueses a empobrecer e a emigrar, ao que Rui Rio – é esta a pessoa que ele pretende desconsiderar no texto – conforme diz, então não reclamou. A isto creio poder responder-lhe, porque Rui Rio decerto compreendeu o que Passos Coelho, de facto, disse e não teve qualquer interesse em deturpá-lo.
Já antes, no mesmo texto, havia falado de circunstâncias em que coloca a culpa onde obviamente não poderia estar e parece reconhecer virtudes em certos “ismos”, se é que em alguns as haverá, divagando sobre o ridículo que seria o “riosismo” por contraposição a outros como o “sá-carneirismo” e o “santanismo”, por exemplo, tão próprios do PSD, se ele se viesse a implantar.
Também não conheço Rui Rio nem tenho razões para gostar ou desgostar dele como pessoa ou como político. Por isso, não será por mim que ele se candidatará ou não a substituir Passos Coelho sem cujo trabalho de contenção do caminho desastroso que Portugal levava nos tempos de Sócrates (ou de Santos Silva, sei lá eu…) seria impossível este interlúdio em que vivemos descuidados e felizes, pelo menos até ver.
A verdade é que o “excel” dá muito jeito para fazer aquelas contas sem as quais se borra a escrita que à demagogia tanto jeito dá. O pior vem depois...
A propósito da mini-auto-biografia final, devo declarar que não li qualquer dos livros que escreveu. Mas pelos títulos, “o todo poderoso” e o “cercado” que falam de Jorge Coelho e de Sócrates, respectivamente, é quase como se os tivesse lido já.
Apenas de um pormenor fiquei curioso, do que pensa da apressada auto-demissão do "todo-poderoso" logo após a queda da ponte de Entre-os-Rios cujas avriguações de culpas deram em nada quando, de facto, as houve.

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