O curioso é que o processo Marquês não
começou com uma investigação a quem tudo faz ser o maestro de uma maléfica
banda!
O visado era o seu “generoso” amigo Santos
Silva, do que ressaltaram ligações que ampliaram o âmbito do processo e o
levaram até Sócrates. A partir daí, a rede não parou de “caçar moscas”
gigantes, figuras de alto gabarito, entre as quais gestores e banqueiros
influentes e considerados como da mais elevada qualidade, por isso elogiados e
até condecorados.
Sempre houve corruptos, branqueadores de
dinheiro, ladrões, mentirosos e muito mais, mas, aparte o Brasil sobre cujos
políticos já nem sei o que diga, ver todo o coração da estrutura governativa e
do poder económico/financeiro do país, num dado período, envolvido em dezenas e
dezenas de crimes daqueles a que habitualmente chamados de “colarinho branco”,
é coisa que jamais imaginaria que iria acontecer.
Agora que, finalmente, as acusações foram
deduzidas, algumas que os “amigos” de Sócrates juravam a pés juntos não haver razões
para as fazer, entre as quais algumas das quais nem nunca tinha ouvido falar, espero que acabem as fantasias e a realidade se revele.
Já se conhece a primeira reacção de Sócrates
e da sua defesa que nada de novo contém para além do que têm vindo a dizer ao
longo do processo de recusa que é o estado de espírito inicial das grandes
tragédias da vida.
Falam de espectáculo e são pródigos em
acusações soezes ao Ministério Público que é, nem mais nem menos do que a
entidade à qual, num Estado de Direito, compete a representação dos interesses
da sociedade, tanto pela investigação de factos que possam configurar delitos,
a sua acusação e a defesa das possíveis vítimas.
A defesa de Sócrates contesta, sobretudo, o
tempo de investigação que consideram ter ultrapassado todos os prazos legais
que, pelo que sei, não existem que sejam determinantes, o que me não parece a
atitude própria de quem tem a consciência tranquila que, pelo contrário,
exigiria ver tudo muito bem esclarecido, para que dúvidas não restassem.
Vai ser um processo longo do qual, muito
provavelmente, não verei o fim.
Por isso deixo um voto, o de que justiça seja
feita.
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