ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A PROPÓSITO DE ELEIÇÕES NA ALEMANHA E EM PORTUGAL


Não será fácil a Portugal, sem melhores condições para pagar as suas dívidas, conseguir equilibrar as suas finanças, apesar dos pesados sacrifícios já pedidos aos portugueses. Tenta o Governo negociar melhores condições e exige-as o PS numa atitude agressiva que não pode gerar boas vontades.
As consequências negativas da austeridade excessiva são bem conhecidas há muito tempo, pelo menos desde a ajuda à Alemanha vencida na Segunda Guerra Mundial que iniciou e teve consequências terríveis para toda a Humanidade. De facto, na ajuda financeira de que necessitou para se reerguer, a Alemanha usufruiu do bom senso e da compreensão dos que a ajudaram, os quais, desde logo, flexibilizaram as condições de pagamento em função da capacidade do país para pagar e a necessidade de reconstruir a sua economia.
Não vejo tal compreensão na inflexibilidade de Merkl e do seu ministro das finanças, nem sequer no sentimento da maioria do povo alemão que fará, estou convencido, com que sejam eles a continuar a governar o país que, por enquanto, tem beneficiado da desgraça dos outros.
As vantagens da Alemanha chegaram ao ponto de se financiar com juros negativos, o que lhe permitiu receber juros, em vez de os pagar, cada vez que lhe emprestaram dinheiro.
Mesmo assim, apesar da comprovada falta de solidariedade que revela, não culpo a Alemanha das desventuras de Portugal que uma série de governos incompetentes arrastaram para um buraco económico e financeiro medonho, cujo tamanho o governo de Sócrates duplicou. Este é um problema interno de Portugal que os portugueses deveriam saber resolver mas que não acredito que saibam porque, em vez de reflectir, preferem ir mudando ao sabor de propostas facilitistas, na esperança de acertar, como se governar fosse um jogo de roleta e não um trabalho intelectual, persistente e continuado, em função de factos e de circunstâncias concretas que a fantasia não pode iludir.
O facilitismo, já o comprovámos demasiadas vezes, sempre acaba desmistificado pela dura realidade, o que a curta memória das pessoas, agora reduzida às promessas que Passos Coelho não cumpriu, lhes não permite recordar. Já não recordam o que antes se passou, nem as promessas de Sócrates nas quais me não lembro de ter ouvido falar da bancarrota de um país que o contrato de resgate que assinou permitiu evitar. Não recordam, por isso, as condições que, apesar de por elas responsável, o PS esqueceu e outros, agora, têm de cumprir. Porque são duras, por elas são condenados!
Iremos, dentro de algum tempo que, com as eleições autárquicas o PS pretende encurtar, mudar de novo, sem compreender o desgaste que tal causará ao país, sem entender que não será possível a um próximo governo fazer diferente do que este faz, ainda que se desculpe com as “consequências” do que este tenha feito.
Mas o pior de tudo, nesta democracia mal esclarecida, é que a noção de interesse do país não consegue sobrepor-se aos egoísmos individuais, pelo que os que pretendem ganhar o poder facilmente o arrebatam aos que o defendam, prometendo aos eleitores vantagens que nunca lhes poderão proporcionar. Daí a necessidade do “quanto pior melhor” que torna mais fácil o assalto ao poder e a existência de promessas não cumpridas de que todos podem ser acusados. Estes e os que os antecederam.
Prestem atenção aos discursos dos “candidatos ao poder” e tentem fazer uma lista do que de positivo eles contenham. Decidam depois.

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