Sempre que há campanhas eleitorais, vem-me à memória uma estória que me contaram há muito tempo. Tanto que já nem sei. Mas é sempre oportuna porque alguma circunstância ma faz recordar.
Numas eleições
autárquicas, um candidato daqueles que são escolhidos pelo partido e não por
ser alguém conhecedor dos problemas locais, chegou a uma aldeia perdida no
Interior para desbobinar o seu rol de promessas, aquele com o qual esperava
conquistar os votos dos que ali viviam.
Chegou apressado para
fazer o discurso e alguém da terra teve de ficar a seu lado para lhe ir dizendo ao ouvido quais as necessidades maiores daquela gente,
as quais se comprometeria a satisfazer.
Entre várias necessidades mais
básicas, precisava aquela aldeia de uma “fonte” o que, nos sussurros que lhe
chegavam, o candidato entendeu como “ponte”. E logo prometeu que
a mandaria construir!
Mas alguém lhe gritou “uma
ponte para quê se não temos rio?”
Sem hesitações o candidato
ripostou “faça-se a ponte, o rio virá depois!”
É mais ou menos isto que
me parece que Seguro anda a fazer nos seu enésimo périplo pelo país, numa
campanha eleitoral sem fim, dizendo como com ele seria mas com este Governo não
é, falando de como a austeridade que diz ser culpa deste Governo é contrária ao
crescimento económico e, até, prometendo a flexibilização das metas de
recuperação financeira estabelecidas com a Troika para que não seja necessário
fazer mais cortes nos salários e nas pensões.
Entre outras coisas.
Sem dizer como fará o que
promete nem revelar de qual santo pedirá a intercessão para alcançar tais
milagres, lá vai alicerçando um futuro melhor sobre ilusões e decisões que não
estão ao seu alcance mas nas quais, aqueles para quem o esforço de participar
na recuperação do país ou perder privilégios é uma maçada, sempre estão
dispostos a acreditar.
Tudo parece indicar que
Seguro ganhe as eleições autárquicas e, até mesmo, as legislativas que, mais
tarde, se vão seguir. A vitória de quem levianamente promete é o “castigo” democrático que sofrerá quem, melhor ou
pior mas como pode, não segue o caminho fácil da demagogia que alicia os incautos, nas prefere fazer o que entende ser o que deve ser feito.
Depois, Seguro alcançará as
suas metas, será Primeiro-Ministro, mas nós continuaremos a sofrer do mesmo mal ou de um mal ainda maior,
como sempre resulta do “faz e desfaz” próprio dos programas de curto prazo da
alternativa democrática sem os compromissos de Estado que Seguro recusa, assim
como não serão as promessas ilusórias, aquelas que não dependem do nosso
esforço mas de decisões alheias, que nos irão aliviar a austeridade que,
porventura, veremos reforçada.
Não se trata de estar ou não estar de acordo com o que escreve. Não estou de acordo porque Segura anda em campanha e faz as suas promessas tal como as fez Passos Coelho. Acaso este desgovernado não mentiu aos portugueses quando das eleições!? Não mentiu quando disse que ia cortar nas gorduras do estado e as gorduras que tem encontrado são os subsídios e os cortes dos reformados e pensionistas. Não mentiu quando disse que não precisava de despedir ninguém e agora lança para o desemprego centenas de milhares de funcionários públicos. Seguro ainda não foi Primeiro-Ministro e espero que tenha coragem de dizer, hoje, aos Trokianos que vão dar uma volta e que vão roubar o povo para outras paragens. Não precisamos deles para nada pois eles só servem para roubar e escravizar os povos. Apenas e só estão aos serviço dos grande grupos económicos. O povo precisa de despertar e em vez de cravos usar chumbo.
ResponderEliminarPois é isso mesmo porque, como diz o povo, nas costas dos outros lemos as nossas! E Seguro fará como os outros. Mas eu diria que bem pior porque desta vez os estragos serão muito maiores.
ResponderEliminarLimitar-me-ei a dizer como Cristo "Quem tiver ouvidos de ouvir que oiça. Quem tiver olhos de ver que veja"
Disse-se de Sócrates o que se disse, diz-se de Passos o que se diz e dir-se-á de Seguro ainda muito pior!
Quem tiver cabeça de pensar QUE PENSE!