ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O FUTURO DO HOMEM E OS APRENDIZES DE FEITICEIRO



Mesmo com as eleições autárquicas à porta e os políticos muito preocupados com os resultados que vão alcançar para, a partir deles festejarem as suas vitórias ou engendrarem as explicações do costume para os insucessos que tiverem, achei mais interessante registar aqui outros factos que me preocupam bem mais. E que os preocupariam a eles também se, porventura, por eles se interessassem.

É natural que quem viva numa casa que deixa arruinar pelo uso excessivo que lhe dá e pela falta de cuidados que lhe presta, um dia acorde debaixo dos escombros que a sua ruína acaba por provocar. É a lógica das coisas. É o destino dos que julgam não terem de se preocupar senão consigo próprios, esperando que outros cuidem de tudo o mais de que necessitam para viver. É esta a forma de estar dos políticos cujo pensamento não consegue ir além das “bolsas”, dos “mercados”, da inflacção, do défice ou da dívida, porque a finanças reduzem o todo da vida que, felizmente, é bem mais do que isso.

Habituou-se o Homem a ser senhor deste Planeta que habita, fazendo dele a “quinta” que pode explorar como entender. Esqueceu-se de que, bem ao contrário, não passa de uma entre os muitos milhares de espécies que, como ele, habitam a Terra e dela são, também, utentes de pleno direito, com o serão todos os que depois de nós nascerem.

Será que perdeu o Homem a noção da sua dimensão, mesmo quando os conhecimentos que vai adquirindo lhe mostram, claramente, não passar de um infinitamente pequeno perante a grandeza do todo a que pertence?

O Homem é, sem qualquer dúvida, senhor dessa invenção útil e terrível que é o dinheiro, mas não o é daquilo cujo valor com dinheiro pretende avaliar.

Perdidos, qual Tio Patinhas, no seu cofre dourado cheio de moedas reluzentes, na Waak Street, na Cyty de Londres ou seja onde for, os financeiros não se dão conta de que a casa pode cair e sepulta-lo nos escombros da sua ruina.

Vou limitar-me a transcrever uma parte de um texto hoje publicado no Jornal o Público, sobre o qual todos deveríamos reflectir:

O aquecimento da Terra e as alterações que está a provocar no sistema climático são "inequívocos" e não têm precedentes no espaço de décadas a milénios, segundo um relatório concluído na madrugada desta sexta-feira pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). O relatório confirma que a maior parte do aquecimento global é de responsabilidade humana e que até 2100 o planeta pode aquecer 0,3 a 4,8 graus Celsius.

“A atmosfera e o oceano aqueceram, diminuiu a quantidade de neve e de gelo, o nível do mar subiu e a concentração de gases com efeito de esfufa aumentou”, diz o relatório do IPCC publicado esta sexta-feira. "Isto é o que estamos a fazer [ao clima]", disse o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, na conferência de imprensa de apresentação do relatório.

É agora "extremamente provável" que a Terra esteja aquecer devido à actividade humana o que, na linguagem do IPCC, se traduz em 95% de certeza da atribuição da culpa.”

Diversas vezes escrevi já sobre este assunto da maior importância para todos nós. Nunca me pareceu que tais textos preocupassem muita gente. Pelo contrário, tenho recebido de “ilustres” economistas, agora autênticos aprendizes de feiticeiro que não sabem como dominar o monstro que criaram, respostas que me consideram o ignorante que nem imagina a infinidade de recursos que o Planeta contém.

Mas a continua a crise! A menos que, depois das eleições autárquicas, Seguro, Jerónimo ou outros iluminados quaisquer a resolvam.

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