Mesmo com as eleições
autárquicas à porta e os políticos muito preocupados com os resultados que vão
alcançar para, a partir deles festejarem as suas vitórias ou engendrarem as explicações do costume para os insucessos que tiverem, achei mais
interessante registar aqui outros factos que me preocupam bem mais. E que os
preocupariam a eles também se, porventura, por eles se interessassem.
É natural que quem viva
numa casa que deixa arruinar pelo uso excessivo que lhe dá e pela falta de
cuidados que lhe presta, um dia acorde debaixo dos escombros que a sua ruína
acaba por provocar. É a lógica das coisas. É o destino dos que julgam não terem
de se preocupar senão consigo próprios, esperando que outros cuidem de tudo o
mais de que necessitam para viver. É esta a forma de estar dos políticos cujo
pensamento não consegue ir além das “bolsas”, dos “mercados”, da inflacção, do
défice ou da dívida, porque a finanças reduzem o todo da vida que, felizmente,
é bem mais do que isso.
Habituou-se o Homem a ser
senhor deste Planeta que habita, fazendo dele a “quinta” que pode explorar como
entender. Esqueceu-se de que, bem ao contrário, não passa de uma entre os
muitos milhares de espécies que, como ele, habitam a Terra e dela são, também,
utentes de pleno direito, com o serão todos os que depois de nós nascerem.
Será que perdeu o Homem a
noção da sua dimensão, mesmo quando os conhecimentos que vai adquirindo lhe
mostram, claramente, não passar de um infinitamente pequeno perante a grandeza
do todo a que pertence?
O Homem é, sem qualquer
dúvida, senhor dessa invenção útil e terrível que é o dinheiro, mas não o é
daquilo cujo valor com dinheiro pretende avaliar.
Perdidos, qual Tio
Patinhas, no seu cofre dourado cheio de moedas reluzentes, na Waak Street, na
Cyty de Londres ou seja onde for, os financeiros não se dão conta de que a casa
pode cair e sepulta-lo nos escombros da sua ruina.
Vou limitar-me a
transcrever uma parte de um texto hoje publicado no Jornal o Público, sobre o
qual todos deveríamos reflectir:
“O aquecimento da Terra e as alterações que
está a provocar no sistema climático são "inequívocos" e não têm
precedentes no espaço de décadas a milénios, segundo um relatório concluído na
madrugada desta sexta-feira pelo Painel Intergovernamental para as Alterações
Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). O relatório confirma que a maior parte
do aquecimento global é de responsabilidade humana e que até 2100 o planeta
pode aquecer 0,3 a 4,8 graus Celsius.
“A
atmosfera e o oceano aqueceram, diminuiu a quantidade de neve e de gelo, o
nível do mar subiu e a concentração de gases com efeito de esfufa aumentou”,
diz o relatório do IPCC publicado esta sexta-feira. "Isto é o que estamos
a fazer [ao clima]", disse o presidente do IPCC, Rajendra Pachauri, na
conferência de imprensa de apresentação do relatório.
É
agora "extremamente provável" que a Terra esteja aquecer devido à
actividade humana o que, na linguagem do IPCC, se traduz em 95% de certeza da
atribuição da culpa.”
Diversas vezes escrevi já
sobre este assunto da maior importância para todos nós. Nunca me pareceu que
tais textos preocupassem muita gente. Pelo contrário, tenho recebido de “ilustres”
economistas, agora autênticos aprendizes de feiticeiro que não sabem como
dominar o monstro que criaram, respostas que me consideram o ignorante que nem imagina a infinidade de recursos que o Planeta contém.
Mas a continua a crise! A
menos que, depois das eleições autárquicas, Seguro, Jerónimo ou outros
iluminados quaisquer a resolvam.
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