Naturalmente, se pudermos pagar as nossas dívidas em pequenas e suaves prestações num prazo a perder de vista, não há melhor do que fazer dívidas, viver à larga e gastar ainda mais.
Não me parece é que os
credores estejam de acordo com tal procedimento e, pelo contrário, exijam que
lhes paguemos o que é seu em tempo razoável o que, inevitavelmente, obriga a
austeridade.
Esta austeridade não é,
pois, uma solução mas sim uma consequência inevitável dos excessos de gastos
cometidos, aqueles que nos deram a sensação de prosperidade e de riqueza que as
nossas posses não consentiam.
Quando se cai numa
situação destas, de falência do sistema adoptado, a solução é complicada porque
a tão falada espiral recessiva é o perigo que espreita e só pode ser controlada
através de medidas que, infelizmente, não dependem apenas de nós.
O mais natural é que os
efeitos das medidas anti-espiral sejam tão lentos que não dêem para evitar que
a dívida, mesmo assim, sofra acréscimos que possam descontrolar-se e ser, por
isso, causa de mais austeridade.
É, pois, razoável por em
causa as medidas tradicionais, aquelas que, em situações aparentemente
idênticas, pareceram bem sucedidas. Por que não resultam elas agora? É esta a
pergunta cuja resposta pode esclarecer a natureza da crise que vivemos e
permitirá encontrar as soluções que a ciência económica actual não possui.
São circunstâncias
exógenas que a “economia” não contempla nas suas teorias onde não cabe a
carência sistemática da qual a excessiva utilização de recursos naturais
finitos cada vez mais nos aproxima.
Não me parece, pois, que a
solução possa estar no reforço da via de exaustão que temos percorrido mas sim
no controlo do consumo e, porventura, no aproveitamento de recursos desprezados
ou abandonados, para além da procura de novos recursos.
Por exemplo, em Portugal,
dois terços do território estão em desertificação, quase ao abandono, o que
significa uma enorme quantidade de recursos inaproveitados. Não seria uma boa
via para aumentar a nossa riqueza aproveitar tais recursos ou será que continuamos a
preferir empregos que outros criam em vez de tomar a iniciativa de trabalhar?
O que diz a "economia? O que dizem os sindicatos? O que diz Seguro?
O que diz a "economia? O que dizem os sindicatos? O que diz Seguro?
" Dois terços do território estão em desertificação, quase ao abandono " Concordo que os recursos que poderiam advir duma melhor aproveitação desses recursos pudessem desenvolver o país e criar muitos postos de trabalho. Mas não é assim tão fácil. Primeiro teria de haver um estudo sério, não como estes que proporcionam cortes cegos, para saber em que condições se entregariam os terrenos pois quem os tem não gostaria de os dar sem contrapartidas.. Depois os jovens que fossem desenvolver a agricultura teriam de ser ajudados. Ainda recentemente vi um programa de jovens agricultores e todos eles mostravam grandes preocupações pelos encargos que tinham. Para recorrerem aos bancos têm de pagar juros muito elevados e basta haver um ano de pouca produção para que vejam os seus esforços irem por água abaixo. Depois teria de haver uma transferência de jovens das cidades para as beiras pois o interior está cheio é de velhotes. Penso que tudo teria solução se os governantes ajudassem os jovens dando-lhes ótimas condições para que com toda a normalidade se pudessem instalar e desenvolver o seu trabalho.
ResponderEliminarO que diz a " economia? o que dizem os sindicatos? o que diz Seguro?" Já agora acrescento: o que dizem os governantes que não têm soluções e que como ainda há pouco ouvi para Julho do ano que vem o País precisa de um segundo resgate. Não tenha dúvidas que estes desgovernados apenas estão no poder, a poder dos roubos que têm feito aos trabalhadores, reformados e pensionistas e pondo portugueses contra portugueses. Roubam a quem não deviam pois deviam de julgar quem atirou o país para este fosso e se isso acontecesse não precisavam de tornar tão difícil a vida de quem trabalha ou já trabalhou. Mas, como já lhe disse noutra ocasião o trabalho desta gente é empobrecer os trabalhadores para que tenham mão de obra barata para que os empresários tenham grandes lucros e para que um grupo restrito possa viver à grande e à francesa. Julgo que já deve ter ouvido que há ofertas de trabalho na ordem dos 300 EUROS. Pergunto como será possível viver com 300 EUROS. Voltamos ao antigamente tempos de miséria, de fome e que já hoje há muita gente nessa situação. O ordenado mínimo já de si é uma afronta e se estes senhores não forem travados de qualquer maneira os portugueses recuarão para os anos 40 ou 50.