Acabo de ver uma
reportagem sobre o Concelho do Alvito, um dos muitos do interior de
Portugal que, a um ritmo acelerado, estão a desertificar.
O que já foi um Concelho
com muita actividade económica, com diversas empresas que davam trabalho a
muita gente, tem agora duas entidades que o proporcionam que são “lá em baixo a
fábrica e ali a Câmara” como diz uma senhora.
Uma escola profissional dá
alguma vida à Vila com a juventude que, dos arredores, diariamente vem ali ter
as suas aulas.
Ao longo das estradas,
extensos campos completamente abandonados fazem parte dos dois terços do território
nacional em desertificação, do desperdício criminoso de riqueza a que um país
carente de recursos estupidamente se permite!
E foi então que me lembrei
daqueles tempos eufóricos da “reforma agrária” tão cantada pelo PCP nos anos 70 do século passado que levou à
apropriação de muitas fazendas que foram exploradas sem regra e depois abandonadas. Diziam que assim é que se veria como,
cuidada pelos “trabalhadores”, a terra alentejana iria produzir imensa riqueza.
Mas depressa se cansaram. Foi pena.
Mesmo assim, em
empobrecimento constante, o Alentejo continua a ser a região de Portugal com
maior domínio político do PCP.
Ainda ecoa nos meus
ouvidos o célebre grito “ a terra a quem a trabalha, os fascistas
comam palha”!
Onde está a memória da pobreza que se seguiu e ainda existe?
Somente em versos como estes, então inspirados por ilusões:
Somente em versos como estes, então inspirados por ilusões:
Meus campos alentejanos
agora de solidão
são campos por "emprenhar"
nascer o seu filho pão
sou eu papoila vermelha
nascida sem ser semeada
que teimo em ficar aqui
numa terra que é herdada
mas podem ter a certeza
a certeza da razão
vou continuar a nascer gritando revolução
a terra a quem a trabalha
a quem herda é que NÃO.
Ester Cid.
agora de solidão
são campos por "emprenhar"
nascer o seu filho pão
sou eu papoila vermelha
nascida sem ser semeada
que teimo em ficar aqui
numa terra que é herdada
mas podem ter a certeza
a certeza da razão
vou continuar a nascer gritando revolução
a terra a quem a trabalha
a quem herda é que NÃO.
Ester Cid.
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