Obviamente
que o que se passou no Caramulo não foi, apenas, um enorme incêndio
que mão criminosa ateou! Foi muito mais do que isso, como mais do
que isso é o que se passou e passa em tantos outros incêndios que,
este verão, tal como em outros anteriores, acabam por deixar o país muito pintado de negro.
É
incompetência e desleixo. No mínimo!
Mas não o é só agora como o parece
sugerir o ex-ministro Correia de Campos quando critica a desastrada
afirmação de Passos Coelho mas que, no seu tempo de governação,
deveria saber já que o governo de que dez parte cometia os mesmos
erros que este agora cometeu ao remeter para o combate, para o
rescaldo, o esforço que se deveria ter feito na prevenção.
É
um mal que vem de longe e que parece que ninguém vê de dentro.
Parece ser preciso deixar de ser ministro para ver o que de errado se
faz.
Mas
sabido que é que “mais vale prevenir do que remediar”, será
nesse domínio que o maior esforço deverá ser feito, a maior
atenção deve ser focada, com a vantagem de, muito provavelmente,
gastar menos, dar emprego a muita gente e evitar os prejuízos
materiais e humanos que os incêndios sempre têm como consequência.
A
gestão da floresta portuguesa, dentro de critérios adequados de
ordenamento do território que nunca foram convenientemente
definidos, terá de passar a ser feita como deve ser, a pensar nos
direitos das populações afectadas, na protecção de pessoas e de
bens, no aproveitamento dos recursos naturais e na defesa do
interesse nacional. Tudo isto para além de conter a desertificação que, em Portugal, cresce a olhos vistos no Interior.
Bem
sei que, deste modo, ficam prejudicados uns certos interesses que,
com menos ocorrências, deixam de ser economicamente interessantes!
Pois é, há quem se governe com os azares dos outros.
Mas
os governos não devem servir interesses especiais, mas sim defender
os cidadãos das tragédias que os possam atingir. Neste caso, mais
evitando as chamas que os podem atingir e aos seus bens do que combatendo-as quando já estão prestes a atingi-los.
O
cinismo de Correia de Campos, ex-ministro da saúde de Sócrates é
igual ao de tantos outros que, por se acharem os maiores, levaram
este país à desgraça em que se encontra.
E
não contentes com o que fizeram, criticam agora outros que nem,
sequer, fazem pior do que eles fizeram.
Mas
do que Portugal necessita, isso sim, é de políticos e não de
politiqueiros que mais não fazem do que discutir o poder! Para o
povo estão-se lixando! Uns porque não sabem, outros porque não querem.
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