Obviamente, um prazo mais
longo e juros mais baixos seriam factores de algum alívio na austeridade que as
circunstâncias nos impõem, o que pode resultar das negociações que o governo
tenha com a Troika nesta avaliação periódica em curso.
Não vale a pena fazer
disto “cavalo de batalha” eleitoral, com o têm feito Seguro e os demais, ainda
que a estes últimos ninguém os oiça, porque tal afecta o clima calmo e discreto
que as negociações requerem.
Não restam já quaisquer
dúvidas de que a crise temporária que Portas abriu no Governo, bem como a
guerrilha continuada de Seguro para quem nada mais conta para
além das ambições políticas que tem, são as grandes causas da elevação dos juros
que fazem subir as nossas responsabilidades, pela insegurança que transmitem aos
“mercados”.
Não será razoável que os
eleitores esqueçam tais coisas quando forem votar nas eleições que se aproximam.
Nouriel Roubini, o
economista co-fundador da “Global Economics”, uma empresa de pesquisa e
estratégia macroeconómica, além de professor na Universidade de NY e, também, conhecido
por Sr catástrofe por ter previsto a crise que vivemos, disse ontem, em Lisboa,
que Portugal tem sérias e fundadas razões para pedir a flexibilidade do
pagamento da sua dívida, acrescentando que qualquer crise política que possa
acontecer ou uma descontinuidade na governação saída das próximas eleições
legislativas, poderão constituir um sério revés na recuperação da economia
portuguesa.
Ainda que a partir de
possíveis razões um tanto diferentes, tudo o que tenho pensado e escrito está
em sintonia com estas preocupações de Roubini.
Temos absoluta necessidade
da compreensão dos nossos credores que, por sua vez, precisam de provas claras
de sermos um país capaz de honrar os seus compromissos quer pelo modo como façamos
para os respeitar quer pela união de que nos mostremos capazes para fazer o
esforço que ela implica. Apenas nestas condições nos facultarão, em boas
condições, os meios financeiros de que necessitamos.
Muito mais dinheiro iremos
ter de pagar por conta dos juros que esta campanha eleitoral em curso faz subir
e, depois dela, veremos o que os resultados permitirão fazer aos que, disso
já deram mostras que bastem, mais interessa a conquista do poder do que o bem-estar
dos portugueses.
Em Lisboa, cidade onde
moro, não votarei em candidatos que façam da conquista de poder nas eleições
legislativas o tema da sua campanha porque, com muito cuidado vou ver quem se
preocupa com os muitos problemas que tem esta cidade.
Quanto ao futuro, será o
bom senso dos portugueses quem o vai ditar.
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