É
um princípio democrático que “o povo tem sempre razão”. Porém,
a própria democracia, na sua tão cantada “alternância
democrática”, reconhece que o povo sempre se engana! E é isso
mesmo que nos dizem estas eleições, as anteriores e as anteriores
às anteriores que, num ciclo interminável de faz assim depois
assado, jamais permitem o esclarecimento e a estabilidade que nos
poderiam levar a encontrar as melhores soluções no mundo real em
que vivemos, deixando o mundo de fantasia em que fingimos viver.
Mesmo
sendo assim, não sei no que ficamos porque os democratas básicos,
aqueles a quem apenas a realidade aparente satisfaz os seus
interesses, lá vão sustentando aqueles princípios que, decerto já
o entenderam, não conduzem a lado algum que valha a pena. Fá-lo-ão
assim enquanto puderem já que, entretanto, algum peixe cairá na rede.
A
menos os que usam, quem não se deu já conta de ser usado nestes
jogos de alternância que, afinal, sempre acabam por nos fazer mudar
de opinião sem nunca nos aliviarem o cinto que vai ficando cada vez
mais apertado? Quem não percebeu, ainda, que é nas “promessas não
cumpridas” que sempre estão as razões das mudanças que
acontecem? Quem não sabe já que foi levado por promessas que nunca se irão cumprir?
E
na perda de memória que a crescente raiva por sermos enganados nos
provoca, aclamamos uns e outros na esperança de que aconteça o
milagre da tal mudança que, afinal, nunca acontece.
E,
daqui a um tempo, voltará a suspeita de que entregaremos o poder a
quem melhor o possa usar em nosso proveito, sem nos darmos conta de
que será aos mesmos a quem, por assim não terem feito, antes o
retirámos.
E
vamos caindo nas armadilhas que nos montam os que hoje, mesmo na
euforia da vitória, têm a consciência de que serão
derrotados amanhã, depois de não cumprirem as promessas com que a alcançaram. É um modo de estar na vida, a modos que ao jeito de
quem se entrega ao prazer alucinatório de uma qualquer droga, apesar
das dores da ressaca que, bem o sabe, vai sofrer depois.
Ontem,
foi mais um daqueles dias em que o poder voltou ás mãos do povo
entre as oito horas da manhã e as sete horas da tarde. Depois, sem
interessar o que cada um de nós tenha decidido e pelo sustentado
princípio de que o povo tem sempre razão, o poder volta às mãos
de onde, afinal, nunca saiu. As mãos dos políticos que podem,
assim, continuar os seus jogos de ora agora mandas tu ora agora mando
eu, num ciclo de vícios constantes que nos levam por caminhos cada
vez mais difíceis de percorrer.
O que terá de mudar para que, sem perda da inestimável liberdade, a dignidade da política seja recuperada?
O que terá de mudar para que, sem perda da inestimável liberdade, a dignidade da política seja recuperada?
Sr Rui, como se costuma dizer o Povo escolheu.. Nao sei se estas palavras se esta a referir a troca de poderes no Concelho de Manteigas, mas se nao for com todo o respeito quero deixar uma palavrinha!!
ResponderEliminarHoje em dia o povo não deve olhar para os partidos mas sim á potencialidade das pessoas, infelizmente muita gente passa a vida enganada politicamente!!! (Dou lhe o exemplo do futebol que para mim o Benfica não é um clube mas sim uma Doença, muitos so vem vermelho, na politica é quase igual)..
Outro exemplo. nas Freguesias quase tudo se Manteve Santa Maria PS, São Pedro PS Vale de Amoreira PSD, mas em Sameiro estava PSD e passou a PS, as pessoas não olharam ao partido mas sim á capacidade do novo presidente! o povo sentiu k era preciso mudança e assim foi... (Isto tudo só para demonstrar que o mais importante não são os partidos, muitas amizades são desfeitas derivado á politica e Manteigas é o exemplo o mais importante é UNIÃO e LUTAR SEMPRE POR UM CONCELHO MELHOR!)
Os melhores Cumprimentos
parabéns pelo excelente trabalho do Bruno no SCP
Saudações Leoninas
Não estava, de todo, a pensar em Manteigas onde, infelizmente, ninguém apresentou as propostas que eu gostaria de ouvir para evitar que continue a decrescer. Penso que todos sabem, na minha terra, como gostaria de a ver crescer e ser feliz. Em todo o caso, parabens aos vencedores, entre os quais tenho um sobrinho.
ResponderEliminarUm abraço e muito obrigado. SL