Compreendo que os
livreiros precisem de viver. Mas que o façam às custas dos que, todos os anos,
têm de comprar livros para os seus filhos que estudam, colocando em risco a
continuidade da sua educação pelas dificuldades financeiras que se sentem, é
algo que não consigo entender!
Não esperaria eu, tal como
em outros tempos acontecia, que os livros escolares se mantivessem iguais durante
tanto tempo como os que me fizeram recordar os meus tempos de “instrução
primária” quando o primeiro dos meus filhos entrou para a escola. Mas não vejo
razões sustentáveis para as alterações que, ano a ano, são introduzidas.
Não reconheço razões
científicas ou pedagógicas para tantas alterações que, não poderia deixar de
ser assim, acabam em confusões como as que neste ano estão a acontecer com certos
livros que, afinal, não correspondem aos programas o que, como não pode deixar
de acontecer, deixam confundidos os alunos.
À redução de custos que,
naturalmente, o Governo tem de fazer para equilibrar contas, não corresponde
igual preocupação quanto à redução dos que as famílias fazem com a educação dos
filhos. Já são muitos os que, por dificuldades financeiras, tiveram de
interromper a sua formação académica mesmo sem alternativas porque o mercado
lhas recusa.
Esta questão dos manuais,
tal como a constante mudança de programas nas quais não encontro as vantagens
que, para elas, se apregoam, não podem ficar de fora do lote de causas que
levaram até aos resultados negativos na maioria das cadeiras, principalmente nas
de português e de matemática, em que mais de metade das notas foram negativas!
Estas circunstâncias
repetem-se há tempo demais, sobretudo durante aquele em que, das mudanças, seriam
de esperar as melhorias que se não sentem.
Não me parece que tanto
quem se ocupa de programas e de manuais como os professores possam eximir-se de
responsabilidades nos maus resultados da educação portuguesa que mais me parece
gerida por loucos exibicionistas do que por quem se preocupe, realmente, com a
preparação dos alunos.
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