ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 22 de setembro de 2013

A PROPÓSITO DOS MANUAIS ESCOLARES E NÃO SÓ



Compreendo que os livreiros precisem de viver. Mas que o façam às custas dos que, todos os anos, têm de comprar livros para os seus filhos que estudam, colocando em risco a continuidade da sua educação pelas dificuldades financeiras que se sentem, é algo que não consigo entender!
Não esperaria eu, tal como em outros tempos acontecia, que os livros escolares se mantivessem iguais durante tanto tempo como os que me fizeram recordar os meus tempos de “instrução primária” quando o primeiro dos meus filhos entrou para a escola. Mas não vejo razões sustentáveis para as alterações que, ano a ano, são introduzidas.
Não reconheço razões científicas ou pedagógicas para tantas alterações que, não poderia deixar de ser assim, acabam em confusões como as que neste ano estão a acontecer com certos livros que, afinal, não correspondem aos programas o que, como não pode deixar de acontecer, deixam confundidos os alunos.
À redução de custos que, naturalmente, o Governo tem de fazer para equilibrar contas, não corresponde igual preocupação quanto à redução dos que as famílias fazem com a educação dos filhos. Já são muitos os que, por dificuldades financeiras, tiveram de interromper a sua formação académica mesmo sem alternativas porque o mercado lhas recusa.
Esta questão dos manuais, tal como a constante mudança de programas nas quais não encontro as vantagens que, para elas, se apregoam, não podem ficar de fora do lote de causas que levaram até aos resultados negativos na maioria das cadeiras, principalmente nas de português e de matemática, em que mais de metade das notas foram negativas!
Estas circunstâncias repetem-se há tempo demais, sobretudo durante aquele em que, das mudanças, seriam de esperar as melhorias que se não sentem.
Não me parece que tanto quem se ocupa de programas e de manuais como os professores possam eximir-se de responsabilidades nos maus resultados da educação portuguesa que mais me parece gerida por loucos exibicionistas do que por quem se preocupe, realmente, com a preparação dos alunos.

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