Como era de esperar,
Angela Merkl dominou as eleições na Alemanha que venceu com mais de 41%, contra
os 25,7% do seu adversário mais directo, o candidato do SPD. Este, por certo, andará um
tempo de mãos nos bolsos para ver se esquece aquele dedo idiota a que que uma
revista deu tanto destaque como os votos que perdeu.
Merkl, por pouco não consegue
a maioria absoluta, mas os votos alcançados permitir-lhe-ão uma governação sem
problemas.
A Senhora da Alemanha e da
Europa a quem os jornais alemães chamam a “queridinha da Alemanha”, poderá,
agora, governar sem os problemas que pudesse ter antes das eleições, como
alguns analistas políticos diziam.
Tivesse ou não, andou a
Europa "pendurada" dos resultados que Merkl conseguisse alcançar, para agora se
interrogar sobre o que Merkl irá fazer.
Merkl terá de coligar-se
com um outro partido para formar governo, o que fará sem problemas e, depois,
ninguém contestará o governo que constituir, ao contrário do que aqui é costume acontecer, porque os alemães muito prezam a
estabilidade governamental da qual, sabem-no bem, depende o seu bem estar.
Entre nós, pelo contrário,
são os interesses partidários os que mais parecem dominar-nos, pelo que as
consequências só podem ser os acréscimos de problemas com que nos deparamos e
vão colocando em causa o nosso futuro e, com isso, a nossa libertação da tutela
financeira que nos sufoca!
Eu não acredito muito em
alterações muito sensíveis na política alemã depois destas eleições, depois das
quais tantos esperavam ver amaciadas as duras medidas de convergência
que nos são impostas.
Merkl disse aos seus
eleitores, na sua campanha eleitoral, que os alemães tinham sido enganados
pelos países intervencionados, o que, decerto, não fez para lhes dizer que iria
ser muito simpática para com eles nem para pedir a compreensão dos alemães para os
problemas que as suas populações têm vivido pela política de dureza que lhes foi imposta!
Decerto para levantar, um
pouco, o véu deste pseudo-mistério, alguém entrevistou o embaixador da Alemanha
em Lisboa, Helmut Elfenkämper que “reconhece que a "estratégia de
consolidação orçamental" em Portugal teve "efeitos colaterais não
previstos", como o desemprego, mas considera que a situação é
"acompanhada com simpatia" por Berlim.
Nem a mais optimista leitura poderá ver no que o Embaixador disse, as palavras de esperança que gostaríamos de ouvir, tanto mais que alguma imprensa alemã atribui a vitória de Merkl “à sua política europeia”.
Nem a mais optimista leitura poderá ver no que o Embaixador disse, as palavras de esperança que gostaríamos de ouvir, tanto mais que alguma imprensa alemã atribui a vitória de Merkl “à sua política europeia”.
Nada me convence de que
Merkl tenha agora, como se disse, melhores condições para ajudar melhor
Portugal porque não parece estar nos seus planos faze-lo para além do que sejam
os interesses alemães.
Ficamos agora "pendurados" dos resultados das eleições autárquicas em Portugal que Seguro pretende transformar em legislativas, porque desses resultados dependerá a atitude dos mercados que, definitivamente, nos vai permitir sair do programa de resgate ou ter de pedir um novo que, inevitavelmente, nos vai trazer mais austeridade. Entretanto, as consequências das atitudes de Seguro e do PS são más pela falta de cooperação que revelam, estando os juros da dívida a atingir valores com os quais o regresso aos mercados não será possível.
Se assim continuar, será um novo resgate a preciosa contribuição de Seguro e do PS para o bem-estar dos portugueses.
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