ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

E DEPOIS DAS TÃO ESPERADAS ELEIÇÕES?



Como era de esperar, Angela Merkl dominou as eleições na Alemanha que venceu com mais de 41%, contra os 25,7% do seu adversário mais directo, o candidato do SPD. Este, por certo, andará um tempo de mãos nos bolsos para ver se esquece aquele dedo idiota a que que uma revista deu tanto destaque como os votos que perdeu.
Merkl, por pouco não consegue a maioria absoluta, mas os votos alcançados permitir-lhe-ão uma governação sem problemas.
A Senhora da Alemanha e da Europa a quem os jornais alemães chamam a “queridinha da Alemanha”, poderá, agora, governar sem os problemas que pudesse ter antes das eleições, como alguns analistas políticos diziam.
Tivesse ou não, andou a Europa "pendurada" dos resultados que Merkl conseguisse alcançar, para agora se interrogar sobre o que Merkl irá fazer.
Merkl terá de coligar-se com um outro partido para formar governo, o que fará sem problemas e, depois, ninguém contestará o governo que constituir, ao contrário do que aqui é costume acontecer, porque os alemães muito prezam a estabilidade governamental da qual, sabem-no bem, depende o seu bem estar.
Entre nós, pelo contrário, são os interesses partidários os que mais parecem dominar-nos, pelo que as consequências só podem ser os acréscimos de problemas com que nos deparamos e vão colocando em causa o nosso futuro e, com isso, a nossa libertação da tutela financeira que nos sufoca!
Eu não acredito muito em alterações muito sensíveis na política alemã depois destas eleições, depois das quais tantos esperavam ver amaciadas as duras medidas de convergência que nos são impostas.
Merkl disse aos seus eleitores, na sua campanha eleitoral, que os alemães tinham sido enganados pelos países intervencionados, o que, decerto, não fez para lhes dizer que iria ser muito simpática para com eles nem para pedir a compreensão dos alemães para os problemas que as suas populações têm vivido pela política de dureza que lhes foi imposta!
Decerto para levantar, um pouco, o véu deste pseudo-mistério, alguém entrevistou o embaixador da Alemanha em Lisboa, Helmut Elfenkämper que “reconhece que a "estratégia de consolidação orçamental" em Portugal teve "efeitos colaterais não previstos", como o desemprego, mas considera que a situação é "acompanhada com simpatia" por Berlim. 
Nem a mais optimista leitura poderá ver no que o Embaixador disse, as palavras de esperança que gostaríamos de ouvir, tanto mais que alguma imprensa alemã atribui a vitória de Merkl “à sua política europeia”.
Nada me convence de que Merkl tenha agora, como se disse, melhores condições para ajudar melhor Portugal porque não parece estar nos seus planos faze-lo para além do que sejam os interesses alemães.
Ficamos agora "pendurados" dos resultados das eleições autárquicas em Portugal que Seguro pretende transformar em legislativas, porque desses resultados dependerá a atitude dos mercados que, definitivamente, nos vai permitir sair do programa de resgate ou ter de pedir um novo que, inevitavelmente, nos vai trazer mais austeridade. Entretanto, as consequências das atitudes de Seguro e do PS são más pela falta de cooperação que revelam, estando os juros da dívida a atingir valores com os quais o regresso aos mercados não será possível.
Se assim continuar, será um novo resgate a preciosa contribuição de Seguro e do PS para o bem-estar dos portugueses.

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