É evidente que o que se passa na Síria, além de dramático, é muito complicado.
Classificada por António
Guterres, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, como o maior
drama social do mundo, a situação na Síria não pode deixar de nos sensibilizar
e fazer pensar na necessidade de uma intervenção qualquer que proteja o povo
sírio daquilo que o martiriza. Não se pode abandonar à sua sorte um povo ao
qual nem o governo nem os dissidentes prestam atenção, antes dele se servindo nas
suas conveniências.
Será uma intervenção
militar a que mais se adequa às circunstâncias? Não serei eu, avesso que sou à
guerra, que defenderá que é assim que se deverá proceder. Mas quando a
diplomacia nada consegue, que outras iniciativas restam para acabar com o
massacre de uma população apanhada entre dois fogos e acaba com a destruição
física de um território, dos bens de milhões de pessoas que apenas desejariam
viver em paz. Haverá algum poder, do governo ou da rebeldia, que tenha o
direito de não respeitar um povo inteiro?
Tudo quanto acontece na
Síria é escabroso, tal como o será tudo o que, em nome dela, se faça se não for em benefício do seu povo.
Mas as Nações Unidas não
passam, pelos vistos, de uma organização onde os mais fortes defendem ao transe
os seus interesses, sejam quais forem as consequências que, das suas atitudes,
resultem. Como pode o veto de um só país derrotar todo o sentir do resto do
mundo? É este o exemplo que a ONU dá aos povos com cuja paz e democracia diz preocupar-se?
Muito lestos uns a
encontrar provas e muito pouco activos outros que não parecem muito empenhados
em confirmá-las, apesar de todas as evidências que parecem já não deixar
grandes dúvidas quanto ao cobarde e desumano massacre cujas imagens o mundo
inteiro viu.
Mas a tudo se sobrepõem
interesses, egoísmos, falta de solidariedade para com um povo mártir. E lá vai
sobrevivendo um ditador que nem sei bem o que governa e se vai manifestando uma
oposição que não sei bem o que deseja ou representa.
O que fazer quando as
coisas são assim?
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