Começa
hoje, em Paris, uma Cimeira sobre as Alterações Climáticas, a COP21, a vigésima
depois da primeira ocorrida em Estocolmo em 1972, cujo objectivo é um acordo
para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa responsável pelo aumento
da temperatura média do planeta, à qual se atribuem efeitos dramáticos para a
Humanidade.
É mais
uma de muitas que já aconteceram desde que a Ciência começou a advertir sobre
as possíveis consequências dos excessos que se tornavam cada vez mais evidentes
na poluição que causavam mas eram aceites pela miséria que, dizia-se, evitavam.
Poluição
ou miséria eram, então, as alternativas depois da revolução Industrial, em
relação às quais e desde então, a sensatez dos que alertam para os perigos das
agressões ambientais não conseguiu impor-se.
Dentre
as conferências realizadas, merece destaque a do Rio de Janeiro de 1992,
pomposamente designada por CIMEIRA DA TERRA e da qual se esperavam os resultados
que as preocupações já então sentidas reclamavam.
Infelizmente,
vinte anos mais tarde, na Conferência que ficou conhecida por Rio+20, a verificação
dos fracos progressos conseguidos e da profunda degradação ambiental atingida
foi a conclusão mais notável.
Mas, antes de tudo isto,
foi em Fontainebleau que, em 1948, aconteceu uma reunião em que foi criada a União internacional para a Conservação da
Natureza.
Foi em
1966 que, em Roma, teve lugar uma reunião de pessoas ilustres preocupadas com a
degradação ambiental que já se fazia sentir e, por isso, se propuseram, entre
outros temas políticos, debater as questões do Meio Ambiente e o
desenvolvimento sustentável, o que levou Aurelio Pecci e Alexander King a
fundar, nesse ano também, o Clube de
Roma que encomendou a uma equipa de investigadores do MIT, chefiada pelo
Professor Meadows, um estudo sobre os impactes do crescimento económico, do
qual resultou um relatório que se celebrizou como “Os Limites do Crescimento” cujas conclusões parecem corresponder
cada vez mais ao que, de facto, acontece, o que só pode ser motivo de ainda maiores
preocupações.
Muitas
reacções adversas provocou este documento ainda hoje um marco na luta contra a
destruição da Humanidade, as quais a realidade foi silenciando com a iniludível
realidade que vivemos e, finalmente, levou um dos governantes mais poderosos do
mundo, Barak Obama, a afirmar não ser possível retardar por mais tempo as atitudes
necessárias para evitar a catástrofe que os estudos científicos afirmam que
acontecerá se o aquecimento global, acelerado pelas emissões de gazes com
efeito de estufa, não for contido.
Mas
não se pode esquecer que foi nos países com maior crescimento económico e, por
isso, mais responsáveis pela degradação ambiental verificada, com os EU à
cabeça, que as conclusões do relatório do Clube de Roma mais foi contestado,
até por “cientistas” que, porventura ao serviço dos grandes interesses
económicos, se prestaram à infame atitude de negar a Ciência que, mostram-no
os factos, tem razão.
(continua)