ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A COMUNICAÇÃO SOCIAL E A LEI DE MURPHY



Nos últimos dias tenho lido e até ouvido sobre calamidades que se vão abater sobre Lisboa ou o Algarve e, porventura sei lá mais onde.
Que um cientista disse que um maremoto como o de 1755 assolará Lisboa e que outros terão falado de perigo de sismo e tsunami no Algarve, tal como exercícios efectuados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil decerto significam!
Que não estamos preparados para um sismo de 7,9 é outra das afirmações que vi realçadas quando o entrevistado mais adiante afirma que nenhum país no mundo está preparado. E não está!
Imaginarão os jornalistas que dão notícias deste modo, o que sejam as causas de um sismo ou de como possam ou não ser previstos e a intensidade que terão? E como se forma um maremoto ou tsunami, sabem também?
Por que realçar a impreparação que temos? Porque neste país nada é bastante seja para o que for, desde que dê trabalho? Bom, mesmo bom seria que alguma coisa o fizesse por nós.
É um modo errado para falar de tais coisas que sendo, embora, verdade, o não são assim do modo como são ditas.
Estar preparado para o que possa acontecer é uma coisa diferente de esperar que aconteça.
Eu poderei dizer, sem risco de ser desmentido, que um meteoro de grandes dimensões pode cair sobre Portugal e, com isso, preocupar, desnecessariamente, muita gente. Mas, faze-lo, que razão de ser teria?
Como poderia ter dito há uns tempos atrás, e desta vez com mais certeza, que a cheia que devastou a baixa de Albufeira estaria para acontecer. E aconteceu.
A informação errada é desinformação e a comunicação social deveria evitá-la, para o que os jornalistas que, nos seus cursos, aprendem as técnicas de informação, necessitam de se informar melhor sobre o que não sabem para evitar que, levianamente, assustem as pessoas.
A celebérrima e já popular Lei de Murphy diz, mas do modo mais vago possível, esta verdade irrebatível: se pode acontecer, acontecerá! Mas não diz, porque não pode dizer, quando acontecerá.
E quando uma entrevista acaba deste modo desajeitado, a propósito da eventual ocorrência de uma calamidade:
– Que conselhos dá?
– Em caso de sismo, as pessoas devem baixar-se, proteger e aguardar que passe. Devem ter em casa água e alimentos.
Que posso eu dizer?

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