ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 3 de novembro de 2015

E DEPOIS DA CALDEIRADA?



Sinceramente, ainda não sei o que vai acontecer.
Mesmo não sendo muito difícil imaginar o que, quanto ao imediato, possam ter em mente António Costa, Catarina ou Jerónimo Martins, tirar a “direita” do poder, o mesmo já me não parece ser quanto às suas intenções de futuro, a menos que sejam mentira os princípios que, com mais entusiasmo, apregoam e não tenham passado de simples promessas de circunstância aquelas que, para angariar votos, fizeram na campanha eleitoral.
Todos sabemos como é impossível contrariar, de modo permanente, o modo como somos, as ambições que temos, os sonhos de futuro que acalentamos, porque eles estão ali, sempre, diante dos nossos olhos, a fervilhar na nossa mente.
E será isso que sucederá com o PCP e com o BE que, sem a menor dúvida, aproveitarão todas as oportunidades para os fazer vencer, nem que seja de mansinho para disso ninguém se aperceber a tempo de o contrariar.
Eu creio que pensará Costa a mesma coisa e, a virem todos a formar um governo ou um simples acordo para Costa governar, este será como aquele jogo das cadeiras em que quem se descuide fica sem onde se sentar.
Será essa a consciência que têm os que, no PS, se rebelam contra este absurdo de tentar homogeneizar o que o não pode ser e, mais do que isso, se sentem preocupados com o futuro de um país ainda demasiado fragilizado para suportar para suportar os desvarios delirantes dos ambiciosos do poder? Penso que será.
Mas, aconteça o que acontecer, já nada voltará a ser como dantes porque a “caldeirada” vai esturricar e sempre haverá uma boa parte que ficará intragável.
Quem, no fim, sairá mais queimado?
Não creio que seja o PCP que muito preza manter unidos e bem alinhados os seus fieis, nem o BE que não estranhará os altos e baixos sucessivos próprios das características de partido de contestação que jamais poderá deixar de ser.
Quem sabe, pois, se um novo PS surgirá, talvez com uma noção mais própria e actual do que o socialismo deve ser num mundo muito diferente daquele em que, até aqui, julgou viver e que tanto precisa de um socialismo autêntico para se não perder de vez.
Porque o que precisa de ser repensado é o socialismo e não a esquerda que, afinal, não é nada.

 

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