Decididamente,
está cada vez mais distante o tempo em que quem andava pela política me merecia
uma especial consideração porque, afinal, se tratava de quem escolhíamos para
nos governar.
Mas
agora, depois de tantos mau-caracter revelados, de tantos disparates feitos,
daqueles que todos nós pagamos caro e outros dos quais apenas eles muito tiram proveito,
tornei-me um completo céptico daquelas “inteligências” que algum deus louco escolheu para
serem quem comanda as nossas vidas.
Começaram
por arranjar um vocabulário muito próprio com o qual dizem o que querem mesmo
sem o dizer ou, mais habilidoso ainda, conseguem dizer, ao mesmo tempo, uma
coisa e o seu contrário, como facilmente demonstram aos papalvos e aos
comprometidos que os escutam e levam a sério ou têm de fingir que levam.
Mas
que estranha linguagem é essa, o politiques, que só os iluminados políticos entendem?
Na verdade, ela não existe porque não passa de um modo especial de dizer as coisas para a qual, afinal, todos fomos avisados no tempo em que, entre outras coisas, nos ensinavam o valor da pontuação ou de como a traduzíamos em pausas, mais curtas ou mais longas, quando falamos.
Na verdade, ela não existe porque não passa de um modo especial de dizer as coisas para a qual, afinal, todos fomos avisados no tempo em que, entre outras coisas, nos ensinavam o valor da pontuação ou de como a traduzíamos em pausas, mais curtas ou mais longas, quando falamos.
“Um
caçador tinha um cão e a mãe do caçador era também o pai do cão”! Lembram-se
desta frase maluca? Afinal, um ponto final faz toda a diferença, pois colocado
depois de “mae”, faz-nos saber que o caçador tinha um cão e os pais desse cão!
Como
podemos recordar algumas brincadeiras de uma matemática falada que consegue
demonstrar, por exemplo, ser uma garrafa cheia igual a uma garrafa vazia,
partindo da realidade de serem iguais uma garrafa meio cheia e outra meio
vazia, à conta do princípio de não se alterar uma igualdade quando se
multiplicam ambos os membros pelo mesmo valor.
É
mais ou menos isto o “politiques” que também se serve de outros truques como nesta
declaração de Maria Elisa Ferreira que diz que “um governo só do PS dá mais
garantias a Bruxelas”!
Mas o que quer dizer? Mais
garantias do que um governo com elementos do PS, do PCP e do BE ou mais
garantias do que um governo formado pela força política que venceu as eleições?
Mas,
no final, bem interpretadas as coisas no português que todos falamos, a verdadeira
questão que aquele modo de dizer pretende sonegar é esta: que garantias pode
dar um governo que apenas existirá enquanto for apoiado por partidos com
ideologias que nada têm a ver com a sua?
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