ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

NÃO HÁ, MESMO, ALMOÇO DE GRAÇA!



(a vermelho, o mundo pobre. Se da zona rica retirarmos as áreas quase inabitadas da Sibéria, da Groenlândia, do Alasca, do Canadá e da Austrália, vejam de que tamanho fica o "mundo rico")

Começa hoje a escrever-se o capítulo final de uma história que vai, a muito curto prazo, mudar profundamente Portugal.
Não pelo desfecho que possa ter o despique “direita-esquerda” que, de um modo diferente, se gerou entre uma esquerda pretensamente unificada e imbuída de ideais comuns e que vai ter, finalmente, a oportunidade de provar os méritos que diz serem os seus e uma direita que, apesar de todos os erros que cometeu, me parece mais próxima de compreender o futuro que teremos de viver, o qual a situação económica em todo o mundo mostra ser mais duro do que as mais pessimistas previsões faziam crer.
Começam a conjugar-se, finalmente, todos os efeitos negativos do assalto que fizemos à Natureza que não nos pertence porque dela somos, apenas, uma pequena parte, pelos danos que causámos ao ambiente, pela má gestão que fizemos dos recursos naturais e pelos hábitos consumistas que criámos.
Será muito difícil conseguir evitar as consequências dolorosas de tantos erros que praticámos e que, por um egoísmo imbecil, fingimos que não vemos.
Desperdiçamos cada vez mais do que aproveitamos porque consumir mais e mais é a condição indispensável de uma economia que se alimenta dos vícios de consumo que em nós criou, nos conduziram à situação de ruptura em que nos encontramos já e, sei lá por qual estupidez, desejamos manter, apesar de todo o mal que nos fazem.
Mesmo assim, esta realidade que provas cada vez mais definitivas evidenciam, não demove os políticos das pretensões de regresso ao passado de loucura que a gerou, com o que, inevitavelmente, mais a agravarão.
Portugal é um bom exemplo, quase uma amostra significativa desta realidade ignorada pelos que têm a pretensão de nos governar!
Não imagino por qual milagre esperarão para tornar possíveis os compromissos de abastança que assumem, como não compreendo a razão por que os economistas que dominam a política não reconhecem o princípio, por eles tão sabiamente enunciado, de que NÃO HÁ ALMOÇO DE GRAÇA!
Então e porque é uma verdade irrefutável, teremos de o pagar, tanto mais caro quanto maior for o desperdício na farra consumista que fizermos, apesar da escassez cada vez maior num mundo onde a “pobreza verdadeira” conquista espaço e já invade o “mundo rico” onde a pobreza que nele existe é, mesmo assim, a riqueza que os verdadeiros pobres jamais tiveram.
A realidade dura está bem diante dos nossos olhos, em factos que se renovam dia após dia.
Por que não a queremos ver? Por que não desviamos os olhos do próprio umbigo quando é cada vez mais necessário olhar para o mundo inteiro?


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