Mais uma vez, numa situação de
emergência, a União Europeia não consegue responder, como um todo, aos ataques
e às ameaças que lhe fazem.
Não existe uma estratégia global para
enfrentar os perigos de um terrorismo cruel que a ameaça, como a não há em tudo
o que seja de interesse comum se, porventura, houver algum interesse que,
verdadeiramente, o seja.
Mecanismos de actuação automática não
existem e continuam os interesses de cada país membro a sobrepor-se aos que
seriam de todos.
Por isso, na falta da resposta
imediata e espontânea, para além do requentado "Je suis Paris", que toda a União deveria dar aos atentados cometidos na capital francesa e a outros ainda mais sangrentos que o IL já prometeu, a França invocou o
artigo 42.7 do Tratado de Lisboa, assinado em 2007, que reformou os anteriores
tratados de Roma e Maastricht, pelo qual em caso de “agressão armada” a um
Estado Membro, os restantes Estados da União Europeia têm a “obrigação de
ajudar o outro e dar assistência por via de todos os meios ao seu dispor”.
Infelizmente, a União Europeia
continua sem por em prática os princípios que a fizeram nascer para lhe dar a força
e os meios que garantiriam a paz e o bem estar comum.
Curiosa foi a atitude de “solidariedade”
que a visita de membros do BE a Paris deixou bem clara, propondo a resposta que
não gostariam que lhes dessem se fossem eles os atacados.
Igualmente, o “solidário” PCP recusa
a participação de Portugal na resposta que os ataques jiadistas, quer os já feitos
quer os prometidos, devem ter por ser esse o dever que os Estados têm, o de proteger os seus cidadãos dos ataques que sofram ou possam sofrer. E a promessa de tais
ataques existe, foi feita.
E é esta uma primeira oportunidade
para testar a solidariedade nesta “nova maioria PS/BE/PCP” quanto ao projecto
europeu a que Portugal aderiu numa cerimónia presidida por Mário Soares em 1985
e reformulada num tratado assinado em Lisboa quando era Sócrates
Primeiro-Ministro.
De resto, não acredito na “solidariedade”
que consinta ao PS governar com o seu programa que tanto BE como PCP chamam de “direita”,
quando o objectivo de cada um deles é, naturalmente, impor o seu que dizem de "esquerda".
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