Em
função das reticências nos acordos da nova troika, entre as quais a não obrigatoriedade
de aprovar os Orçamentos de Estado, e das quais agora tanto se fala, dei comigo
a pensar o que sucederia se o PCP e o BE (não sei por que nunca me lembro do
PEV), ou apenas um deles não se dispuser a aprovar o OE que Costa apresentar
para cumprir as regras da União Europeia a que Portugal pertence, o PS se
comprometeu a cumprir e sem o que Bruxelas o não aprovará.
Nestas
condições, apenas a coligação PaF poderia evitar que Portugal ficasse sem Orçamento,
a tal situação a que a manutenção de um governo de gestão, como seria o governo
de Passos Coelho a partir de agora, obrigaria e a qual todos, sem excepção,
consideram altamente lesiva da estabilidade orçamental que, com muito esforço e
austeridade, foi conseguida.
O
que faria, nestas condições a Oposição liderada por Passos Coelho?
Evitaria
que o OE fosse reprovado para evitar a situação que ninguém deseja ou reprová-lo-ia,
em função dos seus direitos e princípios, criando uma gravíssima situação
orçamental?
Neste
caso, que solução consente a Constituição que temos para evitar o descalabro
que poderia seguir-se?
Não
vejo nenhuma, o que é natural dada a minha ignorância nestas coisas de leis
naturalmente confusas para alimentar a máquina gigantesca da controversa Justiça.
Mas
tenho a certeza de que haverá por aí algum constitucionalista que encontre uma
solução qualquer, a menos que, afinal, a Democracia não tenha, como tantas
vezes se apregoa, solução para todos os problemas.
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