ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 14 de novembro de 2015

AFINAL, QUEM É DEUS?



(REUTERS/Christian Hartmann)

A dimensão dos ataques terroristas que aconteceram em Paris, causaram em mim o mesmo estado de incredibilidade e de repulsa que senti no inesquecível 11 de Setembro nos Estados Unidos, em 2001, e trouxeram-me à ideia a pergunta do louco que, em consequência da derrota que sofreu, queria saber se “Paris, já está a arder?”.
São actos inesquecíveis de barbarismo que fazem lembrar os tempos mais sombrios da História da Humanidade, tempos a que a “civilização” deveria ter posto um fim mas que, afinal, continuam a acontecer, mostrando que o Homem não passa de um selvagem inteligente com especial gosto pela autodestruição em ataques e desforras sangrentos.
São acontecimentos que me fazem temer o regresso a um “tempo das cavernas” pela desvalorização absoluta da vida humana e pelo desprezo pelos mais elementares princípios de convivência.
O Stade de France fez-me lembrar o Coliseu Romano com as vítimas dos gostos soturnos de sanguinários imperadores que se julgavam deuses, apinhadas na arena onde, transidos de terror, procuravam em abraços apertados a protecção contra as feras mortíferas que, a qualquer instante, poderiam surgir de um lado qualquer.
Foi mais uma prova da via dolorosa que, tal como está escrito, a Humanidade percorrerá no seu final e em nome de um deus de que uns crêem sentir a dureza e outros a generosidade pelos actos que, contra a sua lei ou em seu nome, se dispõem a praticar, mas que nada tem a ver com o Deus que a Humanidade descuidada e perturbadoramente equivocada quanto ao seu poder, ainda não entendeu o que, realmente, seja!

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