(REUTERS/Christian
Hartmann)
A
dimensão dos ataques terroristas que aconteceram em Paris, causaram em mim o
mesmo estado de incredibilidade e de repulsa que senti no inesquecível 11 de
Setembro nos Estados Unidos, em 2001, e trouxeram-me à ideia a pergunta do
louco que, em consequência da derrota que sofreu, queria saber se “Paris, já
está a arder?”.
São
actos inesquecíveis de barbarismo que fazem lembrar os tempos mais sombrios da
História da Humanidade, tempos a que a “civilização” deveria ter posto um fim
mas que, afinal, continuam a acontecer, mostrando que o Homem não passa
de um selvagem inteligente com especial gosto pela autodestruição em ataques e
desforras sangrentos.
São
acontecimentos que me fazem temer o regresso a um “tempo das cavernas” pela
desvalorização absoluta da vida humana e pelo desprezo pelos mais elementares
princípios de convivência.
O
Stade de France fez-me lembrar o Coliseu Romano com as vítimas dos gostos
soturnos de sanguinários imperadores que se julgavam deuses, apinhadas na arena
onde, transidos de terror, procuravam em abraços apertados a protecção contra as
feras mortíferas que, a qualquer instante, poderiam surgir de um lado qualquer.
Foi
mais uma prova da via dolorosa que, tal como está escrito, a Humanidade
percorrerá no seu final e em nome de um deus de que uns crêem sentir a dureza e
outros a generosidade pelos actos que, contra a sua lei ou em seu nome, se dispõem a praticar, mas
que nada tem a ver com o Deus que a Humanidade descuidada e perturbadoramente
equivocada quanto ao seu poder, ainda não entendeu o que, realmente, seja!
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