Apesar
das alterações climáticas de que o malfadado aquecimento global é a causa e
depois de uns dias de destruidores temporais, eis que aparece, esplendoroso, o “verão
de S Martinho”.
Uma
temperatura agradável, um Sol brilhante e um céu limpo fazem as delícias dos
amantes da claridade que faz mais leve a alma e torna o coração mais feliz.
São
assim os dias que me agradam, afastam de mim as más memórias e me despertam um
intenso desejo de viver, de a todos desejar boa sorte e muita saúde.
Mas
também me faz lembrar, pelo freso que, apesar de tudo, sinto, o calor aconchegante das belas
castanhas assadas que nos meus tempos de menino se comiam nos magustos e agora
se compram ao passar na rua onde uma fumaça leve se levanta e um cheirinho agradável
nos atrai.
O
S Martinho modernizou-se como era inevitável nestes tempos em que, em vez de
fazer, se compra feito!
Mas continuaria a preferir, se as houvesse ainda, aquelas festas em que nos juntávamos trazendo, cada um, uma
malga de castanhas, arrebanhávamos a lenha para fazer uma boa fogueira debaixo
da qual assavam para, depois, as irmos comendo enquanto riamos e cantávamos,
num jeito que hoje está esmagado pelo peso dos tormentos de uma vida
excessivamente ambiciosa, invejosa e de conflitos constantes.
Assim
como já me não parece haver aquele espírito de fraternidade que nos leve a
partilhar algo que temos a mais com alguém que mais precise do que nós, como o
terá feito o bíblico bom samaritano e a lenda conta que o fez, também, S
Martinho, o cavaleiro romano que, num dia de temporal, dividiu a sua capa com
um infeliz que, quase sem roupas que o cobrissem, sofria as agruras do frio que lhe cortava a pele e
se encharcava na chuva abundante que caía.
Depois
surgiu o Sol brilhante e quente que, bom seria, o bom senso poderia trazer, de novo, para
as nossas vidas.
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