ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 24 de novembro de 2015

OS CUIDADOS DO PRESIDENTE



Perante as circunstâncias, pelo menos inéditas entre nós, a que os resultados das eleições de 4 de Outubro conduziram, para além do que em campanha eleitoral foi dito e jamais poderia fazer prever o desfecho que Costa agora deseja, parecem cuidados normais os que o Presidente da República toma para formar o juízo que, em consciência plena, orientará a sua decisão final.
É um direito constitucional do Presidente do qual infiro, pelos cuidados de que se rodeia, que se fosse outro o momento do seu mandato dissolveria a Assembleia da República para que, perante as “informações” que a campanha eleitoral não deu e das quais só tardiamente teve conhecimento, o povo ratificasse ou corrigisse o seu voto, como seria de sua competência e constituiria o “tira-teimas” ideal sobre o que, realmente, desejam os portugueses.
A proximidade de eleições não lhe permite esta que seria a atitude que desfaria todas as dúvidas e, por isso, são outros os cuidados dos quais se deve rodear.
Não me parece, pois, que Cavaco Silva exorbite dos seus poderes presidenciais quando tudo faz para esclarecer as coisas e decidir entre as duas decisões que a Constituição ainda lhe permite que tome.
Igualmente me parece despropositada, mesmo sem nexo, a pergunta que, pela primeira vez, ouvi da boca de Constança Cunha e Sá, na TVI, se o Presidente fez a Passos Coelho, quando lhe pediu para formar governo, as mesmas exigências que agora fez a Costa.
Não valerá a pena, decerto, dar-lhe aqui a explicação disto que afirmo porque, sendo ela tão óbvia, cometeria a indelicadeza de desmerecer da inteligência da senhora…

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