Por mais que me esforce, não entendo a decisão de aceitar uma providência cautelar como a que Sócrates interpôs em relação ao Correio da Manhã e a todo o grupo editorial a que pertence, proibindo-o, sem uma razão que pareça compreensível, de noticiar o que a todos os demais é consentido!
Eu
sei que o Direito é uma coisa complexa e até confusa. Pelo menos para mim,
habituado à clareza que as leis devem ter para que sirvam de alguma coisa. E,
perante as que possam ter as interpretações de que a imaginação for capaz, fico
a imaginar um foguetão, cujo destino era a Lua, chegar a Saturno em
consequência de um interpretação bizarra das leis em que o cálculo da sua trajectória
se baseou!
Como
terá havido dentistas que arrancam o dente que não doía, cirurgiões que operaram
a vértebra sã e, quem sabe, sapateiros que tenham feito um par de sapatos com
os dois para o mesmo pé, também haverá criminosos que se julguem heróis que alguém
queira beatificar.
Como
é corrente dizer, há gente para tudo. Por isso haverá quem dá tiros no próprio pé ou pense
que vai buscar lã e saia tosquiado.
Foi
o que me pareceu ter acontecido ontem com uma conferência/comício/apoio, algures
no Norte, e um programa “censurado” que, de um modo muito hábil o aproveitou
para dizer mais do que aquilo que uma “providência cautelar” o proíbe de noticiar.
Começa
a ser difícil não tomar um partido qualquer perante o que parecem ser
disparates a mais num processo em que ao arguido mais valera estar calado e à
Justiça ter mais cuidado com as controvérsias que algumas suas atitudes possam
gerar.
Mas
é melhor simplesmente calar e ficar atento para saber se estamos perante uma
Justiça baralhada, uma Comunicação Social com excessos delirantes de imaginação
ou se de um farsante que merece gravar o seu nome na História Universal como o
fizeram outros que, ao longo do tempo, se distinguiram não pelas melhores
razões.
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