ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

DEPOIS DE CASA ROUBADA... TRANCAS NA PORTA!



Passados já vários dias, continua a falar-se muito sobre o drama que foi a cheia que submergiu vastas áreas de Albufeira.
Depois das descrições do que sucedeu, parece ser agora o tempo de fazer críticas e, até, de culpar, de apontar causas e falar de soluções.
Custa-me, deixa-me triste o que oiço, disparates enormes, reparos e exigências tão vagas como “é necessário fazer alguma coisa”.
Eu colocaria a questão de outro modo dizendo que seria melhor não ter feito tanta coisa mal feita, como a ampliação desmedida da área urbana de um centro populacional que nasceu no leito de uma linha de água onde cheias repentinas podem ocorrer.
Quando se levanta a questão de terem ou não sido feitos os avisos desta ou daquela cor que poderiam minimizar os danos acontecidos, eu pergunto o que adiantaria, quanto às perdas materiais em Albufeira, um aviso com pouco tempo de antecedência, o único possível, quando ocorre um fenómeno meteorológico de tal amplitude.
Diz-se que não há memória de uma cheia desta magnitude, o que significa tratar-se de um fenómeno de muito baixa frequência média, tal como cientificamente se pode deduzir das amplitudes das cheias registadas.
É assim que se definem cheias anuais, dos dez anos, dos cem anos, dos mil anos e por aí… que correspondem a “períodos médios de retorno” que, por isso, apenas fazem sentido num período de tempo muito longo, mesmo milhares de anos. É por isso que os conhecedores destas matérias dizem que a cheia dos mil anos pode acontecer amanhã ou, como diria Murphy, “se uma cheia assim pode acontecer, acontecerá”. Não importa quando.
Nem imagino se esta cheia foi a dos quinhentos, dos mil ou mais anos, mas que corresponde a um período de retorno elevado não tenho a mínima dúvida. Mas nada me garante que se não possa repetir ou até ser superada amanhã ou no próximo ano!
Fazer alguma coisa? É preciso estudar bem o que e não atirar disparates para o ar!
E há muito tempo já que é urgente faze-lo.

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