Pelo
que vejo, também na política internacional o cinismo e a hipocrisia são os
“dons” maiores dos políticos, pelo que, tal como na política nacional, nada é o
que parece ser.
Depois
da revanchista e insensata invasão total do Iraque que, segundo George W. Bush,
tinha por objectivo "desarmar o regime iraquiano, encerrar o apoio de
Saddam Hussein a organizações terroristas e libertar o povo iraquiano", do
que o resultado mais evidente foi o reacender dos conflitos irreparáveis entre
povos secularmente desavindos, pergunto-me se será a imposição da “democracia ocidental”
a solução para a boa convivência entre estes povos ou se, pelo contrário e como
a lógica não descarta, é no seu falhanço que melhor se comprova o velho dito
“cada terra com seu uso e cada roca com seu fuso”.
Senão,
perguntemo-nos se serão hoje os iraquianos mais felizes do que antes eram, apesar
do regime que os oprimia. Não sei comparar nem encontro valores em que me
baseie numa ou noutra situação, mas que o Iraque não é um país de felicidade,
isso não é. Com certeza!
E sê-lo-ão aqueles onde a chamada “primavera árabe” deu lugar à confusão com que,
por vezes, se confunde a liberdade? Em qual deles a democracia, de facto, se
implantou?
Como
sempre acaba por acontecer, um dia começam a revelar-se as verdadeiras intenções
com que se fazem as coisas que, assim, começam a ficar mais fáceis de entender.
Depois
de tudo o que, desde então, se passou, a Al-Qaeda não se desfez e, pior do que
isso, surgiu o movimento jihadista que se considera um estado e tantas
atrocidades tem cometido perante a quase indiferença dos que, por interesses
que não revelam, desfizeram equilíbrios naturais que séculos estabeleceram, criando
situações que não controlam e se tornam, dia após dia, mais perigosas.
Mesmo
assim, por que razão os Estados Unidos, a Rússia e a Turquia se não entendem na
luta difícil que dizem ser comum e, em vez disso, persistem em diferendos que
não permitirão que a vençam?
Entretanto,
para ali vão convergindo as suas forças. Só não sei, ainda, se para combaterem,
juntos, os mestres da degola, se para marcar a sua posição de força, sabe Deus
com que consequências.
Afinal,
quem fornece aos jihadistas as armas e as munições que usam mas não fabricam?
Quem
lhes compra o petróleo que lhes garante os fartos meios financeiros de que dispõem?
Eu
não creio que a Rússia ou os Estados Unidos comprem petróleo do Daesh ou que a
Turquia lhes forneça armas a menos que, com os curdos de permeio, tal seja de
sua conveniência.
Também não faço ideia de em quais mãos vão cair as armas que os EU e a Rússia para ali enviam...
Também não faço ideia de em quais mãos vão cair as armas que os EU e a Rússia para ali enviam...
Vi
publicado um mapa da região que mostra onde se extrai e se refina o petróleo, a
grande riqueza do “daesh”, as rotas que segue, onde é negociado e os pontos por
onde sai da Síria. E constato que, estranhamente, os jihadistas fazem a maior parte dos seus
negócios de venda em território dominado pelos opositores ao regime de Al Assad,
de onde, depois, segue para a Turquia.
Aí
evapora-se ou é a Turquia quem o utiliza?
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