"Sendo as indicações parlamentares fáceis de
ler, não é justificável adiar por mais tempo a formação de um novo governo",
disse Jorge Sampaio, decerto pensando no governo que Costa se propõe formar.
Também
seriam fáceis de ler as indicações de uma maioria que ele, como Presidente da
República, desfez por ter entendido não corresponder ao sentimento actual do
eleitorado que, assim, chamou às urnas. E tinha razão!
Então,
e pareceu-me bem, Sampaio não valorizou os critérios que norteiam a “democracia
quantitativa”, para a qual a maioria tem sempre razão. O que há muito já
sabemos não ser verdade.
Por
que motivo muda agora de juízo para dar ênfase a uma maioria que apenas o será
pelos números mas todos sabemos não o ser nos ideais e nos propósitos
programáticos?
Será
bastante o único propósito que a forma, o de derrubar o governo de quem
recolheu mais votos em eleições livres?
Esta
leitura é, também, fácil de fazer e custa-me ter de constatar não conseguirem
as mentes iluminadas daqueles que, em maioria, um dia já escolhemos,
libertar-se de preconceitos canhestros, continuando a alimentar a mentira de
que “o povo é quem mais ordena”.
Sentir-me-ia melhor se visse Sampaio reflectir sobre esta situação estranha de o Presidente ver coarctado o seu poder de ajuizar, tal como ele o fez, por uma situação em que a Constituição o impede de um dos seus poderes mais significativos.
É que outra questão se coloca, parecida com a de saber quem apareceu primeiro, se o ovo se a galinha.
Eu pergunto o que será prioritário, se cumprir a Constituição se ter em conta a vontade do povo. Quanto a esta tanto direito tem Cavaco como Sampaio já teve para a julgar.
Será a Constituição irrevogável? A quem interessará que o seja?
Sentir-me-ia melhor se visse Sampaio reflectir sobre esta situação estranha de o Presidente ver coarctado o seu poder de ajuizar, tal como ele o fez, por uma situação em que a Constituição o impede de um dos seus poderes mais significativos.
É que outra questão se coloca, parecida com a de saber quem apareceu primeiro, se o ovo se a galinha.
Eu pergunto o que será prioritário, se cumprir a Constituição se ter em conta a vontade do povo. Quanto a esta tanto direito tem Cavaco como Sampaio já teve para a julgar.
Será a Constituição irrevogável? A quem interessará que o seja?
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