Deve
estar para muito breve a decisão do Presidente da República para a substituição
de Passos Coelho no cargo de Primeiro-Ministro, pois não creio que possa
prolongar-se por muito mais tempo a indefinição que se vive.
Não
me parece que seja outra a decisão senão a escolha de António Costa para
formar um governo a partir dos “arranjinhos partidários” que fez, apesar do
modo veemente como, no passado, esconjurou tal procedimento.
O
que acontecerá depois, eu não sei, mas vale a pena não esquecer os erros do
passado para evitar que se repitam.
Os
que me parecem mais oportunos de recordar, para além dos que o voluntarismo
socialista entre nós já cometeu são, pela situação política que vivemos, os que
os gregos cometeram há não muito tempo e os levou à situação em que se
encontram, mesmo depois do arrepio a que o Syrisa se viu obrigado, ao ponto de
ter de endurecer a austeridade que era seu propósito acabar.
É
crescente o desagrado de um povo enganado que mostra nas ruas, numa greve geral
contra a austeridade excessiva, o seu profundo desagrado.
Parecia
que a euforia que Costa não escondeu pela vitória do Syrisa tinha arrefecido.
Mas não, estava a penas adormecida, esperando o momento oportuno para se voltar
a mostrar nas promessas que, estou certo, não saberá já como vai cumprir,
tantos são os “adoçamentos” que faz nas promessas eleitorais de uma vida mais
feliz, logo que o poder fosse seu.
Era
uma vitória assim, com uma maioria robusta, a que ele esperava. Mas não
aconteceu nem, sequer, depois do “arranjo” pós eleitoral que fez e não lhe dá
mais do que uma maioria magra e sobre a qual nunca terá o domínio de um
vencedor.
Como
irá gerir as tensões inevitáveis que o vanguardismo do BE e o calculismo do PCP
lhe vão criar, não faço ideia.
Mas
como tentará cumprir as promessas eleitorais que fez de dar um fim à
austeridade, penso que também já não saberá, como se
deduz dos “amaciamentos” que nelas vai fazendo.
Não
será já… é mais tarde; Não será assim… tem de ser diferente; Não será tanto…
será menos, para além dos argumentos que prepara para desculpar os
erros de cálculo que, tenho a certeza, Centeno cometeu.
Nunca
me dei conta na vida que o dinheiro caia do céu ou que a terra possa dar mais
do que os ciclos naturais lhe consentem.
É
isto que o que vejo ficar demonstrado por toda a parte onde ao
consumismo sucede a temperança e ao esbanjamento a austeridade.
Por
que seria diferente em Portugal?
Não
recomendaria o bom senso que não esperássemos os milagres que os outros não
conseguem e, desse modo, evitarmos os problemas que eles enfrentam?
É
velho o dito que avisa “nas costas dos outros lemos as nossas”. Por que não lhe prestamos atenção?
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