ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

QUE 2013 SEJA O MENOS MAU POSSÍVEL

Não creio que o mundo vá ser muito feliz em 2013, pois não vejo indícios que me façam pensar de modo diferente.
De toda a parte nos chegam indícios de uma tormenta à qual nem todos vão conseguir sobreviver. São cada vez mais nítidos os sinais da necessidade de uma mudança que, por teimosia tola, continuamos a não aceitar.
Continuamos a insistir nos erros que nos levaram à situação desconfortável em que nos encontramos, continuamos a pensar como se tudo se passasse como se passava há mais de cem anos, persistimos na ânsia de um crescimento material fisicamente impossível, rejeitamos o regresso à vida de trabalho físico que a exiguidade de recursos e a nossa condição de seres naturais nos impõe.
A Terra não é um paraíso, mas tanto pode ser um lugar agradável se respeitarmos as suas regras como pode tornar-se num inferno se persistirmos nos erros estúpidos que, por ambição desmedida, continuamos a praticar!
Por tudo o que, se olharmos bem, podemos ver e a Ciência nos ensina, a mudança é inevitável. 
Se não for o Homem a programá-la e a realizá-la, será a Natureza a impo-la e, a ser assim, será bem mais dolorosa.
Seja como for, a todos os meus amigos e leitores desejo um ano 2013 o melhor possível, estando certo de que dependerá de cada um de nós amenizar as dores que tanto disparate tem causado.

domingo, 30 de dezembro de 2012

EXPLICA-SE O INEXPLICÁVEL?



Costumo dizer dos políticos que são pessoas com a preocupação de fazer parecer que é, o que lhes conviria que fosse.
Felizmente, no mundo não há, apenas, idiotas e distraídos. Também há quem pense e, por isso, se não deixa levar nesse perverso “canto da sereia” dos políticos encartados.
Mas vejo-me obrigado a estender o conceito a mais alguém que, vá lá eu saber porque, tenta explicar o inexplicável na sua ronda pelos Núcleos Sportinguistas que não sei se ficam convencidos ou até nem ficam, porque apenas cada um pode saber aquilo que está disposto a consentir, até mesmo a destruição do Clube que lhe foi legado com a condição de o manter grande!
Não faço parte de nenhum Núcleo e, por isso, nem imagino o que aquele senhor anda a dizer ou como explica os contínuados insucessos desportivos e a derrocada financeira que caracteriza a sua gestão.
Tem um falar fininho e videirinho, adopta expressões de dor que inspiram compaixão, diz coisas que só os idiotas podem suportar e, mais do que tudo isso, julga-se o próprio Sporting. Apesar do ridículo de atitudes que não fazem qualquer sentido, sempre há quem o oiça, talvez na esperança de que alguma vez fale verdade. Mas lá diz o ditado que “cesteiro que faz um cesto…” ou aquele outro que diz “não vá o sapateiro além da chinela”. Penso que de qualquer deles se pode tirar conclusões que bem se lhe aplicam.
E nada há, na realidade que justifique os disparates que faz, os erros que comete e, menos ainda, a casmurrice que o faz pensar ser capaz de fazer aquilo que, está demonstrado, nem faz ideia do que seja.
Depois da ronda que fez por Núcleos do Norte, entre os quais o de Braga, como vi nos jornais, como vai ele explicar a humilhante derrota que o Rio Ave infringiu a uma equipa sem alma?
Como vai, o homem que dizia não ter vindo para o Sporting para ficar em quarto lugar, explicar que nem a Taça da liga consiga ganhar?
Como vamos entender que, como Godinho disse, temos os melhores jogadores e a melhor equipa técnica? Não falo dos adeptos que, espero, finalmente mostrem que são mesmo os que mais no mundo amam o seu Clube.
Que mais será necessário para mostrar que o Sporting perdeu a ALMA que é urgente reencontrar?

QUE CAMISOLA VESTIR?



Alguém disse um dia “mostrem-me quem faça melhor, não quem saiba mais”. Este é o pensamento que deveria ser escarrapachado em letras bem gordas naquelas salas onde têm lugar os “painéis de sabedores inteligentes” que a TV, a propósito seja do que for, nos mostra continuadamente.
Custa a crer que, num país tão carenciado de reformas, de coisas novas e bem feitas, haja tantos que dizem saber como seria bem feito e sejam tão poucos os que fazem alguma coisa. Quem faz arrisca-se a errar, o que é natural mas, sobretudo, o que faça é sempre matéria de primeira para os profissionais da crítica e, junto com eles, para o mal dizer daqueles que ainda fizeram pior.
Em Portugal é assim na política e, também, no desporto, particularmente no futebol.
Ontem, num desses painéis de “inteligentes”, vi criticar fortemente o Dr Eduardo Barroso, Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, por, em vez de ser discretamente conivente com a direcção, vestir demasiado a “camisola de adepto”.
Pasmei! Continuo a verificar que há, cada vez mais, quem não consiga distinguir entre um clube desportivo e uma outra empresa comercial ou industrial qualquer.
Por mais que tentem aplicar a um clube desportivo as regras de uma empresa diferente, o erro é inevitável, tantas são as diferenças.
Pois eu digo que, a ter de vestir uma “camisola”, o PMAG deve vestir a dos adeptos e não a da direcção, pois foram os adeptos que o elegeram para estar atento aos seus interesses, atento aos interesses do clube. Por isso é aos adeptos que ele deve ouvir, são as suas razões que ele, ponderando-as, deve atender. Mais ainda quando, como no caso do Sporting, os resultados, desportivos e financeiros, justificam as críticas à direcção e a situação do Sporting exige que se trilhe, urgentemente, um novo caminho que não este que o conduz ao abismo!
É a “camisola do adepto” que o PMAG deve vestir, pois compete-lhe defender os interesses do Clube que o elegeu e não os de quem mal o governa!
Barroso sempre vestiu essa camisola com a responsabilidade de quem não pode arriscar precipitações nem provocar alarmes preocupantes. Mas tudo tem um limite, aquele que, se ultrapassado, conduz a maiores danos do que o silêncio e a falta de acção.
Estranho é que seja quando uma mudança radical é mais do que necessária no Sporting e, por isso, ele não pode evitar ceder às reclamações dos sócios e comprometer-se com a marcação de uma Assembleia Geral que destitua a incapaz direcção, estes “inteligentes” apareçam às dúzias, a clamar contra o seu sportinguismo. Estranho não é?
Se o meu apoio lhe servir de alguma coisa, Dr Barroso, ele aqui fica. Apenas lhe peço que se não atrase, senão… volta a ganhar a CONTINUIDADE da desgraça.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O TURISMO E O PORTO DE LISBOA



Leio no portal do “porto de Lisboa” que “o porto de Lisboa prevê que o mês de Dezembro de 2012 seja o melhor de sempre ao registar o maior número de escalas de cruzeiro e de passageiros naquele mês, ou seja, 24 escalas e cerca de 40 mil passageiros" e, mais adiante, "para se despedir dos navios de cruzeiro em 2012, o porto de Lisboa recebe no dia 31 de Dezembro, no Jardim do Tabaco, o Balmoral que passará o fim-de-ano na capital portuguesa, de onde zarpará no dia seguinte para o porto de Leixões. E assim, termina mais um ano em alta da actividade de cruzeiros no porto de Lisboa, onde são esperados cerca de 525 mil passageiros que se traduzirão num novo recorde e num crescimento de 4%”.
Tudo isto é consequência da posição que Lisboa tem conseguido como destino turístico, encontrando-se entre as cidades do mundo com melhor qualidade de vida. Daí o acréscimo de procura e do número de navios de cruzeiro.
Deste modo, o turismo marítimo é um factor de grande interesse económico para Lisboa e para o país, o qual se torna necessário tratar de modo adequado, não apenas colocando as infra-estruturas portuárias nas melhores condições de funcionamento como, também, melhorando a interface ribeirinha, adaptando-a às necessidades turísticas resultante do fluxo proveniente do porto de Lisboa.
As instalações do porto de carga são, por sua vez, um empecilho na ligação da Cidade com o tejo, formando, por vezes, verdadeiras muralhas de contentores que deveriam derrubadas.
As greves dos estivadores mostraram bem como as funções de carga do porto de Lisboa têm melhores alternativas, pelo que deveriam ser, progressivamente, desmanteladas ou removidas para melhor local.
Aliás, os portos de Leixões e de Sines possuem muito melhores condições, com um enorme portencial de crescimento para se tornarem portos de grande importância na Europa.

QUANDO O TIRO SAI PELA CULATRA …



Entre uma Autoeuropa que soube contornar as dificuldades em negociações com a entidade patronal e a Lisnave que não resistiu à intervenção excessiva dos sindicatos, os trabalhadores do porto de Lisboa acabam por, sem quaisquer benefícios e unilateralmente, abandonar o radicalismo de uma greve de que só resultaram enormes prejuízos, fazendo a demonstração completa de como a intransigência não resolve problema algum.
Uma atitude mal compreendida pelas razões que a ditaram e repudiada pelos que mais prejudicou e se esforçavam para tornar menos dura a recuperação económica do país, não tinha como ser bem sucedida. E não foi. O país reagiu à situação e houve quem se dispusesse a fazer o que eles não se dispunham a fazer.
Sines e Leixões, não aderentes à greve, cresceram e tornaram-se os grandes portos portugueses, portos confiáveis e com capacidade para crescer ainda mais, atingindo já cerca de 70% da actividade portuária em Portugal. Por sua vez, Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e Aveiro afundaram-se e desacreditaram-se, não sendo fácil que recuperem da situação que criaram, da falta de confiança que passaram a inspirar a quem não pode dar-se ao luxo de imprevistos em tempos de tamanhas dificuldades.
Grandes estragos resultaram de uma atitude mal pensada que, tudo o leva a crer, serão maiores para os próprios grevistas que não mediram bem as consequências do que se propuseram fazer.
Naturalmente, com o excesso de mão de obra que provocaram, os trabalhadores portuários de Lisboa, Figueira da Foz, Aveiro e Setúbal não poderão deixar de temer pelos seus postos de trabalho, porque será inevitável repor a produtividade degradada e que outros portos, de longe, superaram com menos trabalhadores.
O trabalho é digno de todo o respeito e de toda a consideração, pelo que tem os seus direitos que devem ser respeitados e preservados. Mas quando, deliberadamente, se provocam prejuízos que o país não pode suportar ou se retira às pessoas direitos que também são seus, como a inexplicável greve dos comboios pelo Natal que a tornou uma greve contra o próprio povo, tornam-se impopulares e desrespeitadas, acabando o tiro por sair pela culatra.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

DISPUTAS DE GALINHEIRO



Quanto mais vejo e oiço o que se passa na Assembleia da República, mais me convenço da “orgia de tempo perdido” que são aquelas sessões onde se dizem coisas sem qualquer interesse, onde se fazem afirmações que, só por terem sido feitas, são verdades que dispensam demonstração, onde se repetem, à saciedade, os mesmos chavões, as mesmas queixas, os mesmos argumentos, as mesmas fantasias, assim como há quem diga ter soluções que nem imagina o que sejam.
Não sai, daquela casa que todos nós pagamos, nada que valha o dinheiro que, para a pagar, nos é cobrado!
Discursos longos, de muito má qualidade, de mau gosto até, são vomitados daquela tribuna pelos “representantes do povo” que nada mais fazem do que ter a pretensão de falar por ele. Pode a lei dizer que o representam, mas diz a realidade que não sentem como ele, porque não é o povo que ali está. São políticos que se acicatam mutuamente com palavreado meticulosamente torneado para iludir o “pagode”, com piadas que nem sequer escondem o mau gosto, com discussões estéreis que nada contribuem para o esclarecimento dos problemas que nos apoquentam e muito menos para os resolver.
Os nossos problemas não captam a atenção de quem diz representar-nos, porque a sua solução não parece ser a sua prioridade.
A Assembleia da República torna-se, nessas ocasiões, numa casa de espectáculos ou num galinheiro onde, em furiosas lutas, “galos” lutam pelo  que julgam ser seu ou querem para si que, neste caso, é essa coisa odiosa mas para eles tão apetecível que se chama poder.