(fotografia "Público")
Depois de ler que ao longo de 2012, trezentos idosos foram abandonados nos hospitais, vejo agora a notícia de vinte e cinco bebés “retidos”, apenas no Hospital Amadora-Sintra, nascidos de famílias profundamente desestruturadas.
Depois de ler que ao longo de 2012, trezentos idosos foram abandonados nos hospitais, vejo agora a notícia de vinte e cinco bebés “retidos”, apenas no Hospital Amadora-Sintra, nascidos de famílias profundamente desestruturadas.
Depois de tantas más notícias que
nos dão conta de tantas coisas que não são bons indicativos quanto ao futuro
que temos pela frente, entre as quais as variações climáticas que se fazem
notar de um modo muito severo em diversas partes do mundo, a destruição da
biodiversidade, a degradação ambiental, as consequências de novas práticas de
produção de alimentos que, cada vez mais, se tornam exíguos para cada vez mais
gente e muitas outras coisas que vão fazendo o mundo muito diferente, a
separação de velhos e de crianças das suas famílias parece-me ser a prova final
da desarticulação do que foi o pilar da Humanidade!
A cada dia que passa, mais me parece
que nos aproximamos dos cenários de ficção que muitas obras descrvem, como que numa previsão do futuro tenebroso e desumano que nos
espera, simplesmente porque insistimos em prosseguir por um caminho outrora
largo e de superabundância, mas que os excessos estreitaram e, agora, temos de
abrir num meio que, a cada passo, se torna mais estéril.
Continua a deslumbrar-nos a
miragem do regresso aos velhos tempos de abundância num mundo que nos oferecia
cada vez mais e nos fazia pensar que tinha para nos dar recursos
infindáveis. Não é isso que nos mostra a situação de carência a que chegámos,
mas é por aí que tentam conduzir-nos os que, do seu mundo dourado, não
conseguem enxergar o daqueles que vivem sem conforto e, cada vez mais, sem esperança.
É um mundo cada vez mais diferente
este em que vivemos e, por isso, é também de um modo diferente de viver que necessitamos
para minorar as dores que a sobrevivência nos vai impor.
A reconstrução da velha célula familiar terá de
ser reposta se quisermos melhorar um tecido social já profundamente
puído e quase a desfazer-se, antes de totalmente se romper. Se assim não acontecer, o mundo será o caos onde o
amor verdadeiro deixará de existir, onde cada um de nós se sentirá cada vez
mais sozinho e mais abandonado à sua sorte de ter de "amassar com o suor do próprio rosto" o pão que quiser comer.
Não será nos confrontos brutais que se adivinham que o Mundo reencontrará a felicidade que só pode alcançar-se no amor que até o Natal deixou de inspirar.
Não será nos confrontos brutais que se adivinham que o Mundo reencontrará a felicidade que só pode alcançar-se no amor que até o Natal deixou de inspirar.
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