Estive
atento à entrevista que o ministro da economia Álvaro Santos
Pereira concedeu a José Gomes Ferreira ontem ao fim da noite.
Desde
há uns tempos que o “Álvaro” me impressiona de um modo
completamente diferente do que me impressionou no início do seu
mandato, quando o julguei desenraizado e pouco actuante, talvez um
peso morto num governo que, para cumprir a sua missão, teria de ser
particularmente activo.
Não
foi o meu julgamento o único que levou a considerá-lo um ministro
descartável, daqueles que sairia na primeira remodelação.
Enganei-me
porque o homem sabe o que diz e, pelo que tem feito e procurado
fazer, sabe o que faz.
Como
ele muito bem disse ontem, a sua intervenção não é de curto prazo
porque essa é a função do ministro da finanças. E não posso
dar-lhe mais razão porque este é um entendimento que tem andado
distante em muitos governos passados em que as perspectivas de futuro
eram feitas num conceito de “gestão de despensa” sem outra visão
que não fosse resolver os problemas que fossem aparecendo.
Nota-se,
agora, que Álvaro Santos Pereira é um homem sabedor e, depois de
inteirado de uma situação de grande complexidade, está a apontar
na direcção certa para que Portugal venha a ser um país
economicamente equilibrado e, sobretudo, para que possa crescer
depois de estabilizada esta situação de falência em que caiu. Se
ainda formos a tempo.
Portugal
tem recursos inaproveitados, tem capacidades humanas que não perdem
em qualquer confronto com as dos países mais evoluídos e é com
eles que pode ser um país onde viver seja agradável e sem muitos
dos problemas que, mais cedo ou mais tarde, vão apoquentar a
Humanidade.
Santos
Pereira entendeu que Portugal é um todo e não apenas esta faixa
litoral onde tudo se desejou concentrar desprezando a maior parte do
território, assim como entendeu que não pode viver sem trabalhar,
sem produzir.
A
“reindustrialização” do país, ideia para a qual arrastou já
alguns países europeus é a prova do entendimento de que o regresso
ao trabalho produtivo é a única saída para todos nós!
Não pode é ser permissivo a respeito do ambiente já tão mal tratado.
Não pode é ser permissivo a respeito do ambiente já tão mal tratado.
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