ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

NA MEDIDA DO (IM)POSSIVEL...

Depois do Presépio do Natal, onde o burrinho e a vaquinha continuaram a dar o melhor de si, o seu bafo, para aliviarem o frio de uma noite de inverno, no mais puro espírito natalício, é altura de começarmos a expressar os nossos votos de Ano Novo o que, tradicionalmente, fazemos desejando que seja feliz e próspero, que traga tudo o que de bom desejarmos, que seja o melhor de todos os que já vivemos...
Ainda que sabendo não serem mais do que votos que não bastam para que a felicidade desejada se concretize, é do fundo do coração que nos vem a esperança de que alguns problemas maiores se resolvam, umas quantas dificuldades desapareçam, certas divergências se desfaçam, desencontros se reaproximem e o amor invocado pelo Natal seja uma realidade que se prolongue pelo ano fora...
Tudo, como numa prece que elevamos ao Céu, brota como um desejo sincero ou, como uma esperança quase feita certeza, de que no Velho Ano fique reitido e apodreça tudo o que nos fez sofrer.
Desta vez, não será assim tão forte a esperança que nos levará a festejar à meia noite do útimo dia deste ano, nem serão tão fortes os desejos formulados a cada passa que trincamos. Se passas houver para trincar!
Os votos para o próximo ano já alguém os fez por nós e, mais do que o perigo de um sapatinho vazio na lareira, é o próprio sapatinho ser levado por alguém que nem sapatos nos promete para aliviar a dureza do chão escabroso que pizamos.
Não terá sido o Natal que merecíam os que, sem culpas, tiveram de o festejar com dor, mas foi, certamente, o mesmo Natal de calor e de fartura que festejaram os decisores de tudo o que nos roubou o que nos permitia fazer do Natal uma festa.
Até os ditos trabalhadores dos combóios que a tantos permitiam um pulinho à Terra, naquela vez que, por ano, se juntavam às suas famílias, o não permitiram desta vez, num acto de egoísmo feroz como o são aqueles que dizem querer combater com atitudes que nada mais são do que manifestações do mais puro desrespeito pelos outros!
Não será um Novo Ano feliz o que esperamos, porque até os políticos que alguma coisa poderiam fazer para que, ao menos, não fosse tão mau, em nada mais pensam do que nas atitudes que lhes mereçam os encómios dos que mandam na Europa, daqueles a quem venderam a alma e dos quais fizeram o seu “menino jesus”!



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