Depois
do Presépio do Natal, onde o burrinho e a vaquinha continuaram a dar
o melhor de si, o seu bafo, para aliviarem o frio de uma noite de
inverno, no mais puro espírito natalício, é altura de começarmos
a expressar os nossos votos de Ano Novo o que, tradicionalmente,
fazemos desejando que seja feliz e próspero, que traga tudo o que de
bom desejarmos, que seja o melhor de todos os que já vivemos...
Ainda
que sabendo não serem mais do que votos que não bastam para que a
felicidade desejada se concretize, é do fundo do coração que nos
vem a esperança de que alguns problemas maiores se resolvam, umas
quantas dificuldades desapareçam, certas divergências se desfaçam,
desencontros se reaproximem e o amor invocado pelo Natal seja uma
realidade que se prolongue pelo ano fora...
Tudo,
como numa prece que elevamos ao Céu, brota como um desejo sincero
ou, como uma esperança quase feita certeza, de que no Velho Ano
fique reitido e apodreça tudo o que nos fez sofrer.
Desta
vez, não será assim tão forte a esperança que nos levará a
festejar à meia noite do útimo dia deste ano, nem serão tão
fortes os desejos formulados a cada passa que trincamos. Se passas
houver para trincar!
Os
votos para o próximo ano já alguém os fez por nós e, mais do que
o perigo de um sapatinho vazio na lareira, é o próprio sapatinho
ser levado por alguém que nem sapatos nos promete para aliviar a
dureza do chão escabroso que pizamos.
Não
terá sido o Natal que merecíam os que, sem culpas, tiveram de o
festejar com dor, mas foi, certamente, o mesmo Natal de calor e de
fartura que festejaram os decisores de tudo o que nos roubou o que
nos permitia fazer do Natal uma festa.
Até
os ditos trabalhadores dos combóios que a tantos permitiam um
pulinho à Terra, naquela vez que, por ano, se juntavam às suas
famílias, o não permitiram desta vez, num acto de egoísmo feroz
como o são aqueles que dizem querer combater com atitudes que nada
mais são do que manifestações do mais puro desrespeito pelos outros!
Não
será um Novo Ano feliz o que esperamos, porque até os políticos
que alguma coisa poderiam fazer para que, ao menos, não fosse tão
mau, em nada mais pensam do que nas atitudes que lhes mereçam os
encómios dos que mandam na Europa, daqueles a quem venderam a alma e
dos quais fizeram o seu “menino jesus”!
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