Desde muito novo que oiço
falar do “fim do mundo”, um assunto que, de tempos a tempos, sai do
esquecimento para aparecer como notícia de acontecimento que uma lenda qualquer
leva a prever.
Falava-me a minha avó
Graça de um dito antigo, supostamente originado nas palavras de um profeta que
apregoou “até mil e tantos. A dois mil não chegarás!” O fim do milénio acabou
por ser agitado pelo temor de um “crash” grave da Internet, mas o mundo
continuou.
De resto, os finais de
século e de milénio sempre se prestaram a especulações deste tipo, com
histórias fantásticas e explicações mirabolantes que parecem justificar o fim.
Vão passando uns e outros mas o mundo continua, com novas lendas e novos mitos
que atiram o seu fim para outros momentos.
Pelo princípio de que tudo
quanto começa acaba um dia, também este planeta Terra, que se terá formado há
mais de quatro mil milhões de anos, um dia morrerá. Na mais distante das
hipóteses, a vida na Terra extinguir-se-á quando o Sol já não conseguir
fornecer-lhe a energia necessária para a sustentar, o que, normalmente, se
admite que aconteça dentro de mais de dez mil milhões de anos. Mas outros
fenómenos mortíferos podem acontecer, como outrora já terão acontecido, cujos
efeitos dependerão da sua natureza e magnitude..
Desta vez, a razão é o
calendário dos maias que tem o seu último dia de um ciclo de 5.125 anos a 21 deste corrente mês de
Dezembro, o que não significa, de todo, o fim do mundo nem condiz com qualquer facto real que a Ciência reconheça como
possível causador de uma catástrofe de dimensão planetária.
Repetidamente tenho concordado com os que afirmam a inevitabilidade de um outro modo de viver que se adapte aos ciclos reais de uma natureza com os seus ritmos próprios que não há tecnologias que possam alterar.
Repetidamente tenho concordado com os que afirmam a inevitabilidade de um outro modo de viver que se adapte aos ciclos reais de uma natureza com os seus ritmos próprios que não há tecnologias que possam alterar.
Pode este ser um fim
também, mas, apesar disso, será o começo de um novo modo de viver, de um novo ciclo mais
conforme com os recursos do planeta que habitamos e por isso, mais vivido e com
menos preocupações.
São cada vez mais
evidentes as razões pelas quais se pode afirmar que está em curso um fim de
ciclo cuja recusa de aceitação causa problemas cada vez maiores que sentimos no
clima, nas recessões económicas sucessivas, na degradação ambiental progressiva,
na superabundância de toxinas nos mais variados meios, nas carências de alimentos
e de outros recursos essenciais, bem como de conflitos de interesses cada vez
mais acirrados, dos quais nunca são de esperar boas consequências.
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