É lastimável o modo como
os políticos, sejam quem forem, dão o dito por não dito, fazendo passar por
idiotas os que ouviram muito bem o que disseram mas agora dizem não ter dito.
Não me surpreendem estas
atitudes de quem passa a vida a “fazer crer que é, aquilo que lhe convém que seja”,
como tantas vezes já disse e repeti.
Foi claro o que disse
Junker, foi pormenorizado o que disse Gaspar e não deixou quaisquer dúvidas o
que disse passos Coelho! Todos afirmaram o mesmo, dizendo que Portugal teria
direito às mesmas condições aprovadas para a Grécia no alívio das condições de
pagamento dos juros do apoio financeiro prestado pela UE. Todos tiveram de se
desdizer de forma ridícula e reprovável pela indelicadeza que constitui para
com todos nós que sabemos interpretar o que nos dizem.
Tal como já disse de outra
vez, nem a Alemanha nem a França estão empenhadas no bem-estar dos portugueses,
como o não estão quanto aos gregos que apenas fingem ajudar para evitar ou
tornar menos tumultuosa e dispendiosa a sua quase inevitável saída do euro que muito
penalizará os bancos alemães e franceses.
Ficou francamente ferida a
confiança que se pode ter em quem, em vez de prestar aos cidadãos, a quem pedem
sacrifícios, as informações necessárias para que em melhor perspectiva os possam
suportar, preferem disfarçar, com desculpas toscas e de manifesto mau gosto, a
vassalagem que os “grandes” da Europa lhes impõem.
Senti franca repulsa pelas
atitudes dos nossos pouco inspirados governantes e quase pena de um presidente
do Eurogrupo que mais parece um “verbo de encher”, porque me desagrada,
profundamente, que tentem fazer de mim parvo.
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