ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A ARTE DE NÃO DIZER



É lastimável o modo como os políticos, sejam quem forem, dão o dito por não dito, fazendo passar por idiotas os que ouviram muito bem o que disseram mas agora dizem não ter dito.
Não me surpreendem estas atitudes de quem passa a vida a “fazer crer que é, aquilo que lhe convém que seja”, como tantas vezes já disse e repeti.
Foi claro o que disse Junker, foi pormenorizado o que disse Gaspar e não deixou quaisquer dúvidas o que disse passos Coelho! Todos afirmaram o mesmo, dizendo que Portugal teria direito às mesmas condições aprovadas para a Grécia no alívio das condições de pagamento dos juros do apoio financeiro prestado pela UE. Todos tiveram de se desdizer de forma ridícula e reprovável pela indelicadeza que constitui para com todos nós que sabemos interpretar o que nos dizem.
Tal como já disse de outra vez, nem a Alemanha nem a França estão empenhadas no bem-estar dos portugueses, como o não estão quanto aos gregos que apenas fingem ajudar para evitar ou tornar menos tumultuosa e dispendiosa a sua quase inevitável saída do euro que muito penalizará os bancos alemães e franceses.
Ficou francamente ferida a confiança que se pode ter em quem, em vez de prestar aos cidadãos, a quem pedem sacrifícios, as informações necessárias para que em melhor perspectiva os possam suportar, preferem disfarçar, com desculpas toscas e de manifesto mau gosto, a vassalagem que os “grandes” da Europa lhes impõem.
Senti franca repulsa pelas atitudes dos nossos pouco inspirados governantes e quase pena de um presidente do Eurogrupo que mais parece um “verbo de encher”, porque me desagrada, profundamente, que tentem fazer de mim parvo.  

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