ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 2 de dezembro de 2012

A VERDADE, A INVEJA E A GENEROSIDADE



Neste país onde a maledicência, filha da inveja, é quase uma instituição e certo jornalismo mal se distingue das conversas de comadres, o efeito de uma campanha contra Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar contra a fome (BA), acabou por ditar, afinal, o sucesso de mais uma recolha de dádivas que, parece certo, superará a anterior. Felizmente para os que precisam da ajuda que o BA lhes dá e, talvez, com pena para os que chegaram a pedir a demissão de Jonet.
Um povo em grandes dificuldades por via de uma austeridade feroz que tempos de leviano consumismo não podiam deixar de gerar, mais uma vez mostrou a sua generosidade para com os que ainda menos têm e precisam de matar a fome a si e aos seus.
Isabel Jonet, a alma de uma instituição que, há tantos anos já, ajuda muita gente, foi duramente criticada por dizer uma verdade, a de que “os portugueses vivem muito acima das possibilidades” e, por isso, vão ter de “aprender a viver com menos”.
É irrefutável verdade dizer que não poderemos continuar a gastar mais do que o que as nossas receitas nos permitam, bem ao contrário do que vinha sendo a prática desde há muitos anos. Como consequência, subiram as nossas dívidas, pública e privada, até níveis que prejudicaram profundamente o crédito de que o país e os bancos necessitam para fazer face aos seus compromissos, um risco sério de bancarrota!
É impossível, pois, continuar a viver com o nível de consumo para o qual os nossos recursos não são bastantes.
As medidas para remediar a situação criada é, de facto um “empobrecimento” ou, simplesmente, o ajustamento do nível de vida à realidade?
Não importa como se classifique porque a verdade é que teremos de aprender a viver com menos, já que não temos mais. Cabe-nos, depois, aproveitar bem o que formos capazes de produzir, para poder viver melhor.

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